domingo, 31 de maio de 2015

6

f I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight ♫


Karina: Quem? - Respondeu, sorrindo debilmente - Ah, sim, claro, eu sou Karina. - Sorriu. 
Estava feliz e não sabia porque.

A voz de Cobra era firme, uniforme, parecia um soprano. Karina se perguntava como alguém podia ser tão bonito. Em sua escala, era o mais bonito desde João. Tinha raiva demais de Pedro pra coloca-lo em alguma lista.

Cobra: Sou Ricardo, mas me chame de Cobra. - Ele subiu as escadas até ela - Prazer. - Ele pegou a mão dela delicadamente, beijando levemente em seguida.

Ao contrário de Pedro que era sempre esquentado, a pele e os lábios de Cobra eram frios. Era um frio agradável. Como três irmãos podiam ser tão diferentes? A única coisa que tinham parecidos eram as feições fina. Cobra tinha os olhos cor de whisky; João, mel; Pedro, verde. Mais uma coisa sobre os Ramos que ela não fazia ideia.

Cobra: Pelo visto Pedro e João não estão. - Ele disse, debochado.

Karina: Ah, eles tiveram que sair logo. - Ela cruzou as mãos, sem jeito.

Cobra: Eu já esperava. - Ele riu, tirando o folego de Karina - Vou ver a Tomtom. - Ele sorriu gentilmente e saiu.

Far from home, elephant gun
Let's take them down, one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around ♫

Karina: Espera! - Cobra se virou pra olha-la - Não pode ver agora. - Ela correu pra frente dele, abrindo os braços pra impedir a passagem dele.

Cobra: Por quê? - Ele a encarou, confuso

Karina: Ela tem uma surpresa pra você, mas só pode ver no jantar, a noite.

Cobra: Está tudo bem com ela? - Karina assentiu - Tudo bem, então. - Ele sorriu e passou a mão no cabelo, distraído. Já Karina tinha vontade de sair gritando.

Karina: Obrigada. - Ela fechou os braços - Com licença. - Ela sorriu e saiu correndo.

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down ♫

Cobra não era depravado, mas Karina possuia belas curvas, era uma linda mulher. 
Tinha um pouco de pena dela, por saber do que Pedro era capaz de fazer. Ele riu do jeito de menina dela e foi pro seu quarto, agora com uma ponta de curiosidade sobre a surpresa de Tomtom.


Karina: Fique quieta, e logo o verá. - Disse a uma Tomtom impaciente e inquieta

Era quase noite, e Karina estava aprontando Tomtom. Com uma tesoura que usava pra bordar, pôs-se a cortar os cabelos da menina. Tomtom nem se importou, só queria ver Cobra.

Karina: Mais um aqui... - Ela cortou uma mechinha saliente de cabelo - Está pronto! - Sorriu, conferindo o trabalho.

O cabelo da menina que antigamente batia no meio das costas agora estava curto, reto, e Karina lhe fez uma linda franja. O cabelo de Tomtom era muito cacheado, então deu um pouco de trabalho pra cortar. Karina esperou a menina tomar banho, a ajudou com o vestido e foi se banhar. Pôs um vestido cinza e prendeu os cabelos num coque.

Pedro: Está atrasada. - Avisou quando Karina entrou na sala de jantar. Ela deu de ombros e se sentou.

A mesa era retangular, e enorme. Pedro sentava em uma ponta, João em outra. Bianca se sentava na cadeira lateral ao marido, e Karina também. Cobra estava sentado a uma cadeira de distância de Karina, do mesmo lado dela, mexendo distraído em um talher.

Bette: Posso mandar servir o jantar? - Perguntou, aparecendo na sala

João: Pode. - Respondeu distraído, alisando a mão de Bianca em cima da mesa.

Karina: Espera! - Bette Retrocedeu - Só mais um instante.

Pedro: Porque? - Perguntou, erguendo a sobrancelha

Karina: Só mais um pouco, não vai demorar. - Disse encarando o marido - Bette, por favor, coloque mais um prato na mesa. - Bette assentiu e saiu

Pedro: Pra quem? - Perguntou, impaciente

Cobra: Tomtom. - Murmurou, os olhos whisky olhando prazerosamente a porta, enquanto a boca se curvava em um sorriso perfeito.

Tomtom: Boa noite. - Disse educadamente, entrando na sala.

Todos na sala se viraram pra encarar a menina. Ela usava um vestido coral, o espartilho justo, o sapatinho aparecendo enquanto avançava pelo cômodo. Parecia uma boneca.

Tomtom: Cobra! - Soltou um gritinho e se atirou no irmão, que já tinha ido até ela, e a carregou.

Karina sorriu, orgulhosa pelo trabalho. Cobra encheu Tomtom de beijos, e a menina ria gostosamente. Pedro tinha um sorriso debochado no rosto, e revirou os olhos. Karina, que o observava, se entristeceu. João olhava a cena, com um sorriso de canto no rosto e Bianca parecia confusa. Tomtom se sentou na cadeira entre Cobra e Karina, e serviram o jantar. Comeu refinadamente, acertando os talheres, sem se trair uma única vez. Cobra a olhava, encantado. Karina sorria reservadamente. Quando terminaram, seguiram pra sala de jantar.

Karina: Passa a agulha, segura assim, e puxa a linha devagar. - Ela fez mostrando a menina como bordar.

Tomtom: Me deixa tentar. - Estendeu as mãos. Karina assentiu e passou o bordado pra ela, que rapidamente se pôs a puxar a linha.

Cobra: Obrigado. - Disse, aparecendo atrás de Karina

Karina: Ai! - Ela riu com o próprio susto. Cobra riu com ela - Obrigado pelo que? - Disse chegando pro lado, dando espaço pra Cobra sentar.

Cobra: Pelo que você está fazendo pela Tomtom. - Ele sentou e olhou a menina, que passava a agulha pelo bordado concentradamente

Karina: Ah, não foi nada. - Ela só sabia sorrir. Gostava de Cobra e não sabia porque.

Cobra: Ela é mais minha filha que minha irmã, mas eu nunca poderia fazer o que você fez por ela. - Ele sorriu, olhando a menina.

Karina viu uma ternura nos olhos de Cobra, uma ternura que ela queria que o pai dos seus filhos os olhasse, uma ternura que ela sabia que Pedro não era capaz de sentir. Estava pensando nisso quando ouviram um gritinho de Tomtom. No mesmo instante Cobra estava abaixado na frente da menina. Tomtom espetou o dedo na agulha, e agora olhava atônita pro dedo, como se tivesse perdido uma aposta.

Karina: Não pôe na boca! - Mas era tarde, Tomtom já tinha colocado o dedinho furado na boca e agora ria olhando Karina. Cobra riu e alisou o braço da menina. Karina balançou a cabeça negativamente mas riu.




Créditos: AnnaBeth e Samila

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