segunda-feira, 18 de maio de 2015

3


Karina: O que você é do Pedro? - Perguntou, amistosa.

Antônia: Ele é meu irmão. Mas finge que eu não existo. - Disse enquanto Karina lhe ninava.

Karina: Escuta-me. Não importa o que você ouvir hoje, não saia desse quarto. Por favor. - Antônia a encarou, temerosa, mas assentiu.

Quando Antônia dormiu Karina a cobriu, se benzeu brevemente e saiu. Foi ao quarto, mas Pedro não estava lá. Não queria ser pega de surpresa, então saiu vagando pela mansão, agora escura. Desceu as escadas, e andou pela sala principal, iluminada apenas por alguns abajures. Karina não tinha reparado, mas era uma linda sala. Tudo tão luxuoso. Estava passando a ponta dos dedos levemente pela madeira de um sofá, quando ouviu uma voz que não sabia de onde vinha.

Pedro: Procurando-me, petit? - Perguntou, aparecendo na sala, com um copo de whisky quase vazio nas mãos.

Pedro não estava mais com o terno e gravata com que chegara. A calça era a mesma, mas estava com uma camisa branca, solta, e descalço.

Karina: Nã-não. - Ela recuou assustada.

Pedro: Mas eu sim. - Tomou o ultimo gole do whisky, deixando o copo na mesinha.

Karina: Bom, eu estou aqui. - Disse tentando manter a calma - Então, boa noite. - Acenou com a cabeça e ia saindo, quando Pedro riu. Karina disparou em direção a escada, mas num passe de mágica Pedro a estava segurando por trás.

Pedro: Tão fácil, petit? - Perguntou, passando os lábios de leve no pescoço dela, fazendo-a estremecer - Tanta coragem lá em cima, e medo disso? - Ela sentiu a mão dele lhe enlaçar a cintura

Karina: Deixe-me. - Murmurou, lutando contra os braços dele.

Pedro: Quieta, Karina! - Ordenou, com a voz dura. Ele tentou segura-la, mas Karina não parou.

Karina brigou com Pedro até que conseguiu se soltar. Nessa altura, ele já havia desamarrado quase todo o corpete do vestido. O que não conseguiu desamarrar, rasgou. Ela correu, apavorada, pra trás de um sofá.

Karina: Pare com isso! - Pediu, se cobrindo como podia.

Pedro: Quanto mais você correr, mais vai ser pior. - Avisou, se aproximando dela e desabotoando a camisa.

Karina: Deixe-me em paz! - Gritou, mas Pedro já tinha partido pra cima dela.

Karina correu novamente, disparando pela sala, mas Pedro parecia voar. Ele a alcançou e a puxou de volta. Karina se defendeu como pode, e os dois embolaram no chão. Pedro se prendeu entre as pernas de Karina, forçando-a a ficar deitada. Ela batia nele com toda a força que conseguia reunir. Ele puxou o vestido dela, rasgando a bainha completamente. Seu vestido, ela o prezara tanto, e agora eram só frangalhos. Assustou-se com um aperto que vinha do seu ventre, algo estranho, e viu que Pedro descera os beijos pro decote da sua roupa de baixo.

Karina: Pára! - Voltou a empurra-lo - Pedro, não! - Ela sentiu o rosto queimar de vergonha quando ele rasgou a parte de cima da sua roupa de baixo, deixando seus seios expostos - ENLOUQUECEU? - Gritou, se tapando com os braços. Mas Pedro segurou os pulsos dela firmemente. Karina ruborizou barbaramente ao ver que ele lhe observava, com a visão dilatada.

Karina virou a cabeça pro lado e cerrou os olhos. Pedro, após algum tempo, desceu os beijos pro colo dela. Karina arregalou quando sentiu ele cobrir um seio seu com a boca. Fora a surpresa, ela ofegou. Sentia algo bom, analisou enquanto sentia a língua dele lhe acariciar. Não era tão ruim. Ela hesitou por um momento. Se era isso que Pedro queria fazer, ela deixaria, apesar da vergonha imensa. Assim ele lhe deixaria em paz. Ficou quieta por um tempo, sentindo as caricias dele em seu colo, seios, barriga. Após algum tempo, viu Pedro se afastar, ajoelhando no chão.

Karina: Acab... - Ela ia falar, aliviada, quando viu Pedro desabotoar o cinto - O que é isso? O que você tem? - Perguntou assustada, ao ver o volume descomunal na calça dele. Pedro riu da inocência dela.

Karina se encantou com o riso do marido. Não era forjado, era sincero, ele realmente estava rindo. Até se esqueceu da situação apavorante em que estava. Se lembrou quando ele cobriu o corpo dela novamente com o seu, e como um animal, se pôs a rasgar a parte de baixo do seu vestido.

Karina: Eu não quero! - Voltou a empurra-lo, mais apavorada que antes

Pedro: Há alguns minutos você parecia querer. - Disse, perverso

Karina: Estúpido! - Ela começou a estapeá-lo, arranha-lo, e ele a agarrou, pra segura-la.

Dentre tapas, murros e empurrões, Pedro conseguiu desnudar Karina. O vestido dela agora jazia como um lençol em baixo dos dois. Ela agora chorava silenciosamente, e fraca, tentava empurra-lo.

Karina: Você vai me machucar. - Choramingou, ao sentir ele se finalmente se posicionar pra invadi-la.

Mas Pedro não parecia estar ouvindo. Com um único movimento, ele se enterrou nela. Por dois segundos o silêncio predominou, até que o grito de Karina ecoou pela casa.

Karina: Você está me rasgando! - Gritou, empurrando-o

Pedro: Fique quieta. - Murmurou com a voz rouca, segurando o quadril dela no lugar - Vai passar. - Ele acariciou o rosto dela, repentinamente calmo.

Mas não estava passando. Doia, ardia, Karina sempre sonhou com esse momento, seria bonito, romântico, entrega de ambas as partes, tanto dela quanto do marido. Mas agora estava ela, sendo rasgada por aquele animal. Quando Pedro começou a se mover, Karina franziu o cenho, esperando por uma dor que não veio. Ela estava assustada, atordoada pelo que estava sentindo, e se condenando por gostar daquilo. Mas então Pedro a beijou. E ela não lembrava mais o próprio nome. Ela só lembrava de após um tempo ter sentido um turbilhão de sensações levar seu corpo, e então ela desmoronou. Karina acordou no dia seguinte, ao se mexer em algo macio. Abriu os olhos, e o que viu foi o dorsal da cama. Ela se sentou e descobriu que doía. Suas costas doíam (da hora da queda), os pulsos doíam, ela estava toda ardida, machucada. Mas aquela cama era tão confortável... Ela olhou pra baixo, e estava vestida em uma camisola branca de algodão, alvinha, que ela sentia ir até o pé. Tinham cinco travesseiros a acomodando. Dois lençóis a cobriam até a cintura.Tudo naquela cama era banco: Algodão e linho. Ela se virou, pra dormir de novo, e viu uma bandeja. Tudo que podia se querer pra um café da manhã. Do lado tinha uma rosa vermelha e um bilhete.

"Petit,
Tive que sair, houveram problemas no trabalho. Os empregados estão ai, irão atender tudo o que você pedir. Eu mesmo preparei o café para você. Logo estarei de volta. Não saia da mansão.
Esperando que esteja bem, 
Pedro."

Karina passou a mão no rosto, e se acolchoou na cama. A aliança dourada reluzia em seu dedo. Estava absorta em seus pensamentos quando viu uma mulher entrar silenciosamente no quarto.

XXXX: Ah, bom dia, senhora. - Sorriu - O senhor me pediu para atendê-la sempre que precisasse. - Ela abriu a janela do quarto, o dia estava chuvoso - Meu nome é Antônia. - Karina reconheceu a mulher, fora a que lhe alertou sobre Antônia na noite passada - Precisa de algo?

Karina: Bom, eu preciso de um banho. - Seu corpo gritava por um bom banho, ela precisava apagar as lembranças - Antônia já acordou? – Antonia assentiu - Peça pra que ela venha aqui. - Sorriu. Rosa assentiu e saiu.


Antônia: Mandou me chamar? - Perguntou, entrando no quarto

Karina: Venha aqui. - Se sentou direito, ignorando a dor que sentia - Tome café comigo. - A menina sorriu e correu pra cama.


Karina e Antônia tomaram café juntas, brincando. No claro, Karina viu que Antônia era a menina mais linda que ela já vira. E também a mais maltratada. Seus cabelos eram de um castanho médio, iam até um pouco abaixo do ombro. Não tinha um corte definido, caia livremente pelas costas. Ao contrário das menininhas de sua idade, ela ainda não usava espartilhos, nem vestidos bonitos. Usava um sem modelo, marrom, que ia até os joelhos. Não tinha modos bonitos pra comer, não se sujava, mas também não era do jeito que deveria ser. Também não sabia se sentar nem se portar, mas sua companhia era adorável.

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