domingo, 31 de maio de 2015

6

f I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight ♫


Karina: Quem? - Respondeu, sorrindo debilmente - Ah, sim, claro, eu sou Karina. - Sorriu. 
Estava feliz e não sabia porque.

A voz de Cobra era firme, uniforme, parecia um soprano. Karina se perguntava como alguém podia ser tão bonito. Em sua escala, era o mais bonito desde João. Tinha raiva demais de Pedro pra coloca-lo em alguma lista.

Cobra: Sou Ricardo, mas me chame de Cobra. - Ele subiu as escadas até ela - Prazer. - Ele pegou a mão dela delicadamente, beijando levemente em seguida.

Ao contrário de Pedro que era sempre esquentado, a pele e os lábios de Cobra eram frios. Era um frio agradável. Como três irmãos podiam ser tão diferentes? A única coisa que tinham parecidos eram as feições fina. Cobra tinha os olhos cor de whisky; João, mel; Pedro, verde. Mais uma coisa sobre os Ramos que ela não fazia ideia.

Cobra: Pelo visto Pedro e João não estão. - Ele disse, debochado.

Karina: Ah, eles tiveram que sair logo. - Ela cruzou as mãos, sem jeito.

Cobra: Eu já esperava. - Ele riu, tirando o folego de Karina - Vou ver a Tomtom. - Ele sorriu gentilmente e saiu.

Far from home, elephant gun
Let's take them down, one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around ♫

Karina: Espera! - Cobra se virou pra olha-la - Não pode ver agora. - Ela correu pra frente dele, abrindo os braços pra impedir a passagem dele.

Cobra: Por quê? - Ele a encarou, confuso

Karina: Ela tem uma surpresa pra você, mas só pode ver no jantar, a noite.

Cobra: Está tudo bem com ela? - Karina assentiu - Tudo bem, então. - Ele sorriu e passou a mão no cabelo, distraído. Já Karina tinha vontade de sair gritando.

Karina: Obrigada. - Ela fechou os braços - Com licença. - Ela sorriu e saiu correndo.

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down ♫

Cobra não era depravado, mas Karina possuia belas curvas, era uma linda mulher. 
Tinha um pouco de pena dela, por saber do que Pedro era capaz de fazer. Ele riu do jeito de menina dela e foi pro seu quarto, agora com uma ponta de curiosidade sobre a surpresa de Tomtom.


Karina: Fique quieta, e logo o verá. - Disse a uma Tomtom impaciente e inquieta

Era quase noite, e Karina estava aprontando Tomtom. Com uma tesoura que usava pra bordar, pôs-se a cortar os cabelos da menina. Tomtom nem se importou, só queria ver Cobra.

Karina: Mais um aqui... - Ela cortou uma mechinha saliente de cabelo - Está pronto! - Sorriu, conferindo o trabalho.

O cabelo da menina que antigamente batia no meio das costas agora estava curto, reto, e Karina lhe fez uma linda franja. O cabelo de Tomtom era muito cacheado, então deu um pouco de trabalho pra cortar. Karina esperou a menina tomar banho, a ajudou com o vestido e foi se banhar. Pôs um vestido cinza e prendeu os cabelos num coque.

Pedro: Está atrasada. - Avisou quando Karina entrou na sala de jantar. Ela deu de ombros e se sentou.

A mesa era retangular, e enorme. Pedro sentava em uma ponta, João em outra. Bianca se sentava na cadeira lateral ao marido, e Karina também. Cobra estava sentado a uma cadeira de distância de Karina, do mesmo lado dela, mexendo distraído em um talher.

Bette: Posso mandar servir o jantar? - Perguntou, aparecendo na sala

João: Pode. - Respondeu distraído, alisando a mão de Bianca em cima da mesa.

Karina: Espera! - Bette Retrocedeu - Só mais um instante.

Pedro: Porque? - Perguntou, erguendo a sobrancelha

Karina: Só mais um pouco, não vai demorar. - Disse encarando o marido - Bette, por favor, coloque mais um prato na mesa. - Bette assentiu e saiu

Pedro: Pra quem? - Perguntou, impaciente

Cobra: Tomtom. - Murmurou, os olhos whisky olhando prazerosamente a porta, enquanto a boca se curvava em um sorriso perfeito.

Tomtom: Boa noite. - Disse educadamente, entrando na sala.

Todos na sala se viraram pra encarar a menina. Ela usava um vestido coral, o espartilho justo, o sapatinho aparecendo enquanto avançava pelo cômodo. Parecia uma boneca.

Tomtom: Cobra! - Soltou um gritinho e se atirou no irmão, que já tinha ido até ela, e a carregou.

Karina sorriu, orgulhosa pelo trabalho. Cobra encheu Tomtom de beijos, e a menina ria gostosamente. Pedro tinha um sorriso debochado no rosto, e revirou os olhos. Karina, que o observava, se entristeceu. João olhava a cena, com um sorriso de canto no rosto e Bianca parecia confusa. Tomtom se sentou na cadeira entre Cobra e Karina, e serviram o jantar. Comeu refinadamente, acertando os talheres, sem se trair uma única vez. Cobra a olhava, encantado. Karina sorria reservadamente. Quando terminaram, seguiram pra sala de jantar.

Karina: Passa a agulha, segura assim, e puxa a linha devagar. - Ela fez mostrando a menina como bordar.

Tomtom: Me deixa tentar. - Estendeu as mãos. Karina assentiu e passou o bordado pra ela, que rapidamente se pôs a puxar a linha.

Cobra: Obrigado. - Disse, aparecendo atrás de Karina

Karina: Ai! - Ela riu com o próprio susto. Cobra riu com ela - Obrigado pelo que? - Disse chegando pro lado, dando espaço pra Cobra sentar.

Cobra: Pelo que você está fazendo pela Tomtom. - Ele sentou e olhou a menina, que passava a agulha pelo bordado concentradamente

Karina: Ah, não foi nada. - Ela só sabia sorrir. Gostava de Cobra e não sabia porque.

Cobra: Ela é mais minha filha que minha irmã, mas eu nunca poderia fazer o que você fez por ela. - Ele sorriu, olhando a menina.

Karina viu uma ternura nos olhos de Cobra, uma ternura que ela queria que o pai dos seus filhos os olhasse, uma ternura que ela sabia que Pedro não era capaz de sentir. Estava pensando nisso quando ouviram um gritinho de Tomtom. No mesmo instante Cobra estava abaixado na frente da menina. Tomtom espetou o dedo na agulha, e agora olhava atônita pro dedo, como se tivesse perdido uma aposta.

Karina: Não pôe na boca! - Mas era tarde, Tomtom já tinha colocado o dedinho furado na boca e agora ria olhando Karina. Cobra riu e alisou o braço da menina. Karina balançou a cabeça negativamente mas riu.




Créditos: AnnaBeth e Samila

segunda-feira, 25 de maio de 2015

5


Quando chegaram em casa, Pedro rumou ao escritório, organizar alguns papéis, e Karina foi direto pro quarto de Tomtom, com uma legião de empregados carregando caixas atrás dela.

Karina: Tomtom? - Chamou, dando batidinhas na porta do quarto

Tomtom: Oi? *-* - Tomtom adorava quando Karina lhe visitava, não era bom ficar sozinha-Ka? - Disse estupefata, ao ver o corredor lotado.

Karina: Presentes. - Sorriu radiante, e Tomtom deu espaço pros empregados entrarem.

Quando terminaram, o quarto da menina estava cheio. Ela e Karina se divertiram rasgando tudo de velho que a menina tinha: roupas, lençóis de cama, tudo. Depois, cuidadosamente, arrumaram tudo de novo. O guarda-roupa ficou abarrotado. Os dias foram se passando, e Tomtom aprendia cada vez mais. Já sabia comer corretamente, e andar com as sapatilhas novas. Tinha dificuldade com os espartilhos.

Tomtom: Não consigo... - Karina puxou o ultimo fio do espartilho - Respirar. - Olhou atônita pra Karina, que deu o laço no cordão.

Karina: Tá ótima. - Alisou a barriga da menina. Tomtom começava a ficar vermelha. - O segredo é respirar superficialmente. - A menina tentou, e pareceu melhorar. - Agora, senta. - Tomtom se sentou com um pulo e cruzou as perninhas - Não! - A menina se encolheu - Assim.

Karina, que estava encostada na cama, foi até a cadeira do lado de Tomtom. Sentou-se, deixando as pernas penderem pro lado.

Karina: Damas direitas nunca cruzam as pernas, deixam elas ficarem gentilmente relaxadas. - Apontou pra as pernas - Tenta.

Tomtom que já estava de pé, foi levemente até a cadeira e deixou as perninhas de lado. Karina sorriu e bateu palmas, abraçando a menina em seguida. Karina não sabia, mas Pedro a estava observando pela porta entreaberta. Ele revirou os olhos, balançou a cabeça negativamente, mas riu ao sair. Logo um mês se passou. Tomtom estava uma daminha. Numa manhã inesperada, Bianca e João retornaram.

Pedro: Cobra? - Perguntou, dando falta do irmão.

João: Jade deu problemas, não queria deixa-lo vir, então ele vem depois de amanhã. - Pedro revirou os olhos, João riu

Pedro: Já reparou como as mulheres tem uma incrível facilidade de se tornarem transtornos? Problemas, pra melhor dizer? - Ele disse, olhando Karina

Karina: Eu já disse que você é insuportável hoje? - Perguntou, se fazendo de curiosa.

Pedro: Não, hoje ainda não. - Sorriu debochado pra ela.

Karina: Pois você é. A criatura mais irritante, mais insuportável que eu conheço. - Sorriu, sem expressão. Bianca arregalou os olhos

Pedro: Era por isso que você não queria casar comigo? - Ele sorriu, frio pra ela.

Karina: Vai pro inferno, Pedro. - Ela puxou Bianca pela mão, saindo da sala.

Após desfazer a bagagem, Karina, Pedro, Bianca e João almoçaram. Depois, Pedro e João saíram, deixando Bianca e Karina a sós.

Bianca: Fomos a Paris. - Disse animada - Trouxe tantos presentes. - Sorriu, radiante

Bianca era meio tagarela, mas Karina gostava. Ouvia as histórias com atenção e sorria. Era bom ter alguém pra conversar.

Bianca: Agora, me diz. - Perguntou, reduzindo o tom de voz - Como foi a noite de núpcias? *-* - Karina arregalou os olhos, mas Bianca estava falando sério - Essa cama enorme! - Ela deitou de costas na cama de Karina, abrindo os braços

Karina: Foi no chão... da sala. - Ela sorriu sem jeito e foi até a janela.

Bianca: No chão da sala?– Perguntou confusa.

Karina: Eu tentei fugir. - Respondeu, amargurada.

Bianca: Mas por quê? - Ela se sentou, encarando a irmã, confusa - Quero dizer, a primeira vez foi difícil. Eu não sabia o que fazer, João era tímido demais. Mas a gente conversou um pouco, e quando estávamos calmos, aconteceu, ele foi super carinhoso comigo. - Sorriu - Porque você fugiu?

Karina: Porque eu tinha medo. - Ela disse, se lembrando - Me machucou muito, eu me senti sangrar. - Ela sacudiu o rosto, espantando as lembranças

Bianca: E depois? - Karina ergueu a sobrancelha - Não aconteceu de novo? - Karina negou - Ah, comigo e o João é quase todo dia, eu gosto. - Sorriu, radiante.

Karina: Eu sei que estou faltando com as minhas obrigações de esposa, mas... não sei como agir. - Ela franziu a sobrancelha, confusa por pensar naquilo.

Bianca: Pois funicar com João é ótimo. - Ela abriu o leque e se abanou, rindo.

Karina: Para com isso, Bianca Duarte! - Jogou um travesseiro na irmã, rindo.

O jantar foi normal, calmo. Karina, após algum tempo, pediu licença e saiu, deixando João e Pedro conversando e Bianca bordando. Passou no quarto de Tomtom, deu boa noite a menina, tomou um banho e se deitou, encolhida no seu lado da cama. Adormeceu antes que Pedro fosse deitar. 

Quando acordou no dia seguinte, ele já havia saído. Karina agradeceu por isso, não queria uma briga, não agora. Banhou-se, se penteou, Bette a ajudou a se vestir. Colocou um vestido azul marinho e deixou os cabelos soltos. Foi até a cozinha e preparou a bandeja de Tomtom. Todos os empregados gostavam de Karina. Era meiga, educada, tratava todos com respeito. Conversou com todos enquanto fazia a bandeja. Depois subiu pra levar o café pra menina.

Karina: Hora de acordar, Little Stranger. - Disse alisando o cabelo de Tomtom, que dormia.

Tomtom: Humm... - Se espreguiçou - Bom dia. - Sorriu

O quarto de Tomtom ficou um sonho depois de Karina; A menina usava uma camisolinha de Algodão, rendada. Estava tomando café quando ouviu uma movimentação anormal no andar debaixo. Tomtom engasgou.

Tomtom: Cobra! - Grasnou, tentando se levantar.

Karina: Não! - Puxou a menina - Não está apresentável. - Tomtom a olhou, exasperada - Eu vou, e trago ele. Você fica e termina o café. Promete? - Tomtom assentiu de má vontade e voltou a comer.

Karina descobriu que estava curiosa sobre Cobra. Avançou pelo corredor, revisando mentalmente o que já haviam lhe dito sobre ele. Moreno, bonito... Mas quando Karina chegou ao parapeito da escada, seu deleite foi total. Cobra era mais forte que Pedro. Completamente diferente de João. Seus cabelos eram cor preta, ele era moreno, alto, esguio. Usava um palito preto aberto, com uma camisa branca por dentro. Quando ele olhou pra ela, Karina viu um whisky bem claro nos olhos dele. Ela se perguntou se finalmente enlouquecera. Aquele Deus lhe encarando não podia ser real.  Cobra sorriu pra Karina, revelando um conjunto de dentes alvos, alinhados, perfeitos, e Karina não sabia mais o seu nome.

Cobra: Você deve ser Karina. - Sorriu, se aproximando da escada.






Créditos AnnaBeth e Samila

sábado, 23 de maio de 2015

4


Antônia: Não ligue pro Pedro, ele não gosta nem de si mesmo, aquela besta. - Disse ao terminar de comer, limpando as mãozinhas no vestido - Você vai adorar o Cobra. Ele é lindo, e é um amor. - Sorriu - Logo ele estará de volta. Ele me prometeu que não demoraria.

Karina: Olha, eu não quero ser grossa, eu gosto muito de você, de verdade. - Antônia sorriu - Mas você não gosta de se arrumar, se pentear...?

Antônia: Eu sei, eu não pareço uma menina. - Ela puxou um pedacinho do vestido com desgosto - Mas o Cobra é quem cuida de mim, ele me ensinou a comer sem me melecar e tudo mais, mas ele não entende muito disso. - Ela sorriu de canto

Karina: Hm... - Ela pensou um pouquinho - Que tal se nós fizermos uma surpresa pro Cobra? - Antônia a olhou, confusa - Eu te compro roupas, te ensino a comer, falar, sentar, andar, até a bordar. - Antônia sorriu - Assim quando Cobra voltar, você vai estar impecável.

Antônia: Vai fazer isso por mim? - Karina assentiu - Ah, obrigada... como é mesmo o seu nome? - Perguntou com a carinha confusa

Karina: Karina. - Riu

Antônia: Obrigada, Ka. - Sorriu, e abraçou Karina, que lhe acariciou os cabelos.

Karina tomou um banho de imersão demorado na água quente. O quarto tinha um banheiro, enorme, com uma banheira de porcelana, branca como o resto do banheiro. Quando terminou, se sentia limpa. Saiu da banheira, o cabelo preso num coque, e se enrolou na toalha. Quando voltou pro quarto, quase enfartou de susto.

Pedro: Pelo tempo que demorou você gostou da banheira. - Sorriu de canto e foi na direção dela, que recuou.

Karina: Sai de perto de mim. - Murmurou. Pedro riu.

Pedro: Você ainda não entendeu. - Ele pegou o rosto dela com uma mão - Eu vou tocar em você quando bem quiser, ma petit. - Sorriu ao ver Karina grunhir de raiva - Mas não foi por isso que eu estava te esperando. - Se afastou um pouco, ainda olhando-a.

Karina: Porque, então? - Perguntou, encarando-o.

Pedro: Há regras que você precisa saber. - Começou - Primeira não saia da mansão sozinha. Segunda, preste bastante atenção, o terceiro andar dessa casa é terminantemente proibido a qualquer pessoa. Você me chamou de monstro ontem, mas monstro eu vou virar se souber que você foi até lá. Entendido? - Ele ameaçou com o olhar

Karina: O que há lá em cima? - Perguntou, antes de conseguir controlar-se.

Pedro: O sótão. - Respondeu simplesmente - Nem meus irmãos vão lá, e você não vai querer me enfrentar.

Karina lembrou mentalmente de passar longe da escada do terceiro andar e assentiu. Pedro pareceu se acalmar.

Pedro: E terceiro, - Ele se aproximou dela novamente - Se você não quer que o que aconteceu ontem se repita, - Karina corou, e Pedro tocou seu pescoço com a mão esquerda, a aliança dourada reluzindo a luz - Não desfile mais de toalha na minha frente, eu posso me descontrolar. - O sorriso em seu rosto era debochado, mas Karina via o olhar dele queimar de desejo quando a olhava, então ela voltou rapidamente pro banheiro. Pedro riu.

Karina descobriu um guarda-roupa lotado dos mais lindos vestidos que já vira, presente de Pedro pra ela. Eles jantaram em silêncio, e depois foram pra sala de estar.

Karina: Pedro, quando você for ao centro, posso ir contigo? - Pediu tímida.

Pedro: Pra...? - Perguntou sem olha-la

Karina: Preciso comprar algumas coisas. - Pedro ergueu a sobrancelha - Posso pagar. - Concluiu confusa com o olhar dele, mas ele riu.

Pedro: Depois de ter conhecido essa mansão, acha realmente que dinheiro é algum problema pra mim? - Perguntou debochado

Karina: Obviamente não. - Respondeu, se achando idiota.

Pedro: Pode ir amanhã, se quiser. - Disse sem interesse. Karina assentiu feliz, e se calou.

Após algum tempo Karina pediu licença e se retirou. No quarto, após lutar pra tirar o vestido, se irritou consigo mesma, resmungando na frente do enorme espelho.

Pedro: O que houve? - Perguntou ao entrar no quarto, vendo a briga de Karina que tentava desamarrar o espartilho, com as mãos viradas pras costas.

Karina: Quê? - O encarou hesitante - Ah, não é nada, só tô terminando de tirar o vestido - Sorriu, nada convincente.

Pedro: Deixe-me ajudar. - Ele avançou pra ela, que recuou - Está tudo bem, petit, eu só vou desenlaçar o vestido.

Karina ficou quieta e ele foi até ela. Ela virou de costas e afastou o cabelo. As mãos de Pedro eram ágeis, e logo ela sentiu o corpete afrouxar.

Pedro: Viu? Não doeu. - Sorriu debochado como sempre.

Karina: Obrigado. - Sorriu tímida, e foi tomar banho.

Quando Karina voltou, Pedro já tinha se deitado. Ela não tinha pensado nisso. Deitou-se em seu lugar, tensa. Pedro se divertia com o desespero dela. Ele estava quase dormindo quando sentiu uma mão levemente lhe abraçar pela cintura. Karina dormira, e no frio que estava fazendo se aconchegou na fonte de calor mais próxima: Ele. Ela tinha um perfume leve, floral. Ele a envolveu no braço, e sentindo seu cheiro, dormiu também. No dia seguinte Karina acordou antes de Pedro. Assustou-se ao perceber que estava enlaçada com o marido. Recuperou-se do susto ao olha-lo. Pedro dormindo era diferente. Não tinha aquele frio no rosto. Ele respirava superficialmente, o rosto e o peito nu, corados. Era tão... humano. Ela se levantou lentamente e o cobriu, o dia estava frio como ontem. Ela encheu a banheira com água quente, e após prender os cabelos entrou no banho.
Escorou a cabeça na borda da banheira e fechou os olhos, sentindo cada pedacinho do corpo despertar. Estava assim a alguns minutos quando duas mãos quentinhas tocaram seu ombro, fazendo-a se assustar.

Pedro: Shiii... - Ele disse com a voz rouquinha - Sou eu.

"Como se isso me acalmasse.", pensou Karina. Mas então ele começou a alisar o ombro e o colo dela sutilmente, fazendo-a se arrepiar e relaxar ao mesmo tempo.

Pedro: Bom dia, petit. - Ele disse perto do ouvido dela e ela estremeceu. Era incrível o poder que ele tinha sobre ela.

Karina: Bom d... - A frase se perdeu quando ele lhe beijou a orelha. Pedro sorriu.

Pedro começou a massagear o ombro de Karina, que esqueceu de tudo. De vez em quando ele lhe beijava a orelha, o pescoço, o ombro, como se estivesse estudando suas reações. E ele estava mesmo. Deliciava-se ao ver a pele dela estremecer, arrepiar. Os suspiros dela eram como musica pra ele. Karina estava completamente absorta, tanto que não viu quando ele se levantou, tirou a roupa, afastou ela um pouco e se sentou atrás dela na banheira. Só veio despertar quando sentiu suas costas tocarem no peito quente dele. Ela se retraiu, mas ele a segurou.

Pedro: Calma, eu não vou te fazer nada. - Ele a puxou de volta, deixando-a se recostar em seu peito

Karina: Tenho minhas duvidas. - Retrucou, mas se deixou acariciar.

Pedro acariciava a barriga dela por debaixo d'agua e lhe beijava a orelha, ombro e pescoço. Ela sentia o peito dele confortando suas costas, e após algum tempinho começou a acariciar a coxa dele timidamente. Pedro sorriu com isso. Após algum tempo ele lhe beijou a bochecha, rosto. Karina virou o rosto instintivamente com isso. Ela se condenou por isso, mas quando sentiu a respiração de Pedro em seu rosto, o que fez foi fechar os olhos. Pedro observou o rosto de Karina por um momento. Seus traços finos, a pele delicada. Ele levantou a mão de dentro d'agua, deixando a outra na barriga dela. Pousou a mão na maxilar dela e a beijou levemente. O gosto de Karina era doce, suave. Após um tempo os dois já se beijavam com volúpia. Pedro tinha virado Karina pra si, agora ela estava deitada na barriga dele. Ele segurava a nuca dela, puxando-a pra si, e ela o segurava pela cintura, abraçando-o. As vezes ele descia os beijos pelo pescoço e pelo colo dela, sedento por sua pele, e Karina jogava a cabeça pra trás, aos suspiros. Pedro sentia os seios dela em contato com seu peito, e isso estava pondo-o a loucura. A sensação boa da noite retrasada voltou a Karina quando sentiu a mão dele lhe acariciando firmemente. As vezes ela deixava escapar pequenos gemidos, e corava violentamente com isso, mas Pedro não parecia perceber. Logo ele tomava sua boca de novo, e tudo estava perdido. Pedro despertou quando se sentiu rígido, rígido o suficiente pra entrar nela, o que já estava acontecendo aos poucos, involuntariamente. Mas não podia continuar assim, apesar de ser irritante ao extremo, Karina não merecia ser usada.

Pedro: Ka... - Murmurou em êxtase o nome dela entre os beijos, quando sentiu seu corpo deslizar um pouco pra dentro dela. Karina estava assustada, porém adorando aquilo, era diferente. Pare com isso. Ordenou firmemente a si mesmo, precisaria parar agora, ou não teria mais forças.

Amaldiçoando todo mundo por conseguir respirar, ele foi encerrando os carinhos, acalmando ela. Karina sorriu. Apesar de estar adorando aquilo, ainda tinha muito medo, não estava pronta pra isso de novo. Ela descobriu naquele momento que gostava de Pedro. Não do Pedro que a violentou no chão da sala, mas desse de hoje, que a respeitou. Ela deixou o corpo descansar no dele, e o beijava levemente o ombro, enquanto acariciava lhe a cintura superficialmente.

Pedro: Você é tão absurda, Karina. - Disse sentindo os beijinhos dela, e envolvendo-a num abraço.

Karina: Pode ser, mas você, sem duvida, é bipolar. - Pedro riu e ela o acompanhou encantada. Se Pedro continuasse assim, haviam chances de seu casamento ser como o de Bianca e Joseph. Ele selou os lábios com os dela e ficaram quietos por um bom tempo, até que a agua começou a esfriar. Os dois saíram do banho e foram se aprontar, ainda tinham um longo dia pela frente.

Pedro: Sabe andar por aqui? - Perguntou indiferente, rompendo o silêncio na carruagem

Depois de composto, Pedro recobrou sua frieza. Karina colocou um vestido azul turquesa, e agora engolia uma raiva irritante daquele homem.

Pedro: Posso mandar um empregado com você. - Disse ao deixa-la na frente da grande loja.

Karina: Como se você se importasse. - Pedro revirou os olhos - Eu estou bem, pode ir. - Disse, dura. P&K não repararam, mas as pessoas em volta olhavam disfarçadamente, cobiçosos. Eram um belo casal. Pedro era o tipo de homem que fazia as mulheres suspirarem, e Karina, delicada, com suas feições finas.

XXXX: Bom dia pode ajuda-los? - Disse saindo a loja, em direção ao casal.

Pedro: Minha esposa precisa fazer compras. Dê a ela o que precisar, não importa o preço. - Disse ainda encarando Karina.


Todos na cidade conheciam os Ramos. Sua fortuna desmedida assombrava a todos. O dono da loja, feliz da vida, assentiu e saiu. Karina encarava Pedro com raiva. Ele balançou a cabeça negativamente e saiu. Karina suspirou e foi as compras. Antônia precisava de tudo, e Karina comprou tudo. Vestidos, sapatos, escovas, roupinhas de baixo, sabonetes, perfumes, espartilhos, meias. Tinha comprado roupas que encheriam um guarda-roupa. Estava olhando um vestidinho quando Pedro voltou.

Karina: Você termino... - Se interrompeu ao ver o enorme monte de coisas que Karina separou - Que diabos é tudo isso?

Karina: Coisas pra Antônia. - Disse sem dar atenção

Pedro: Antônia tem tudo o que precisa. - Disse friamente, enquanto Karina olhava a renda do vestido.

Karina: Ai é que você se engana. Ela não tem nada, parece um moleque. - Disse friamente - Eu vou ser a mãe dela. - Karina não viu, mas a maxilar de Pedro se contraiu absurdamente quando ela disse isso.


Pedro: Escuta aqui. - Ele disse entre dentes - Eu não sou o tipo de homem que volta atrás em uma decisão, então, não me provoque. - Ameaçou.

Karina: Jura? Pois deixa eu te contar uma novidade. - Ela se virou pra ele, jogando o vestido rosinha no monte de coisas que compraria - Eu não sou o tipo de mulher que abaixa a cabeça. Então, não me subestime.

Pedro encarou Karina, furioso. Ela correspondeu o olhar a altura. Estava com tanta raiva. E assim ficaram azul e verde, um lançando ódio contra o outro. Então, o olhar de Pedro se suavizou em um sorriso de deboche.

Pedro: Tudo bem. - Ele se virou pra pilha de coisas - Mas isso, - Ele pegou um pequeno espartilho - Não vai. - Sorriu

Karina empalideceu. Os vestidos podiam ser usados sem os espartilhos, mas ficavam horríveis. Pedro era simplesmente insuportável. Mas ela sorriu. Veio preparada pra isso. 

Karina: Tudo bem, os espartilhos ficam. - Ela tirou o monte de espartilhos do bolo - Podemos ir?

Pedro a encarou, surpreso, mas achando graça. Foi até o dono da loja, que fez as contas e teve um surto de prazer quando Pedro lhe pagou tudo, em dinheiro vivo. Pedro voltou pra carruagem, e Karina fingiu estar conferindo as compras. Mas quando ele saiu, ela tirou um pequeno bolo de notas do decote e comprou os espartilhos, misturando-os nos pacotes. Voltou pra carruagem sorrindo, e foi em silêncio pra casa. 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

3


Karina: O que você é do Pedro? - Perguntou, amistosa.

Antônia: Ele é meu irmão. Mas finge que eu não existo. - Disse enquanto Karina lhe ninava.

Karina: Escuta-me. Não importa o que você ouvir hoje, não saia desse quarto. Por favor. - Antônia a encarou, temerosa, mas assentiu.

Quando Antônia dormiu Karina a cobriu, se benzeu brevemente e saiu. Foi ao quarto, mas Pedro não estava lá. Não queria ser pega de surpresa, então saiu vagando pela mansão, agora escura. Desceu as escadas, e andou pela sala principal, iluminada apenas por alguns abajures. Karina não tinha reparado, mas era uma linda sala. Tudo tão luxuoso. Estava passando a ponta dos dedos levemente pela madeira de um sofá, quando ouviu uma voz que não sabia de onde vinha.

Pedro: Procurando-me, petit? - Perguntou, aparecendo na sala, com um copo de whisky quase vazio nas mãos.

Pedro não estava mais com o terno e gravata com que chegara. A calça era a mesma, mas estava com uma camisa branca, solta, e descalço.

Karina: Nã-não. - Ela recuou assustada.

Pedro: Mas eu sim. - Tomou o ultimo gole do whisky, deixando o copo na mesinha.

Karina: Bom, eu estou aqui. - Disse tentando manter a calma - Então, boa noite. - Acenou com a cabeça e ia saindo, quando Pedro riu. Karina disparou em direção a escada, mas num passe de mágica Pedro a estava segurando por trás.

Pedro: Tão fácil, petit? - Perguntou, passando os lábios de leve no pescoço dela, fazendo-a estremecer - Tanta coragem lá em cima, e medo disso? - Ela sentiu a mão dele lhe enlaçar a cintura

Karina: Deixe-me. - Murmurou, lutando contra os braços dele.

Pedro: Quieta, Karina! - Ordenou, com a voz dura. Ele tentou segura-la, mas Karina não parou.

Karina brigou com Pedro até que conseguiu se soltar. Nessa altura, ele já havia desamarrado quase todo o corpete do vestido. O que não conseguiu desamarrar, rasgou. Ela correu, apavorada, pra trás de um sofá.

Karina: Pare com isso! - Pediu, se cobrindo como podia.

Pedro: Quanto mais você correr, mais vai ser pior. - Avisou, se aproximando dela e desabotoando a camisa.

Karina: Deixe-me em paz! - Gritou, mas Pedro já tinha partido pra cima dela.

Karina correu novamente, disparando pela sala, mas Pedro parecia voar. Ele a alcançou e a puxou de volta. Karina se defendeu como pode, e os dois embolaram no chão. Pedro se prendeu entre as pernas de Karina, forçando-a a ficar deitada. Ela batia nele com toda a força que conseguia reunir. Ele puxou o vestido dela, rasgando a bainha completamente. Seu vestido, ela o prezara tanto, e agora eram só frangalhos. Assustou-se com um aperto que vinha do seu ventre, algo estranho, e viu que Pedro descera os beijos pro decote da sua roupa de baixo.

Karina: Pára! - Voltou a empurra-lo - Pedro, não! - Ela sentiu o rosto queimar de vergonha quando ele rasgou a parte de cima da sua roupa de baixo, deixando seus seios expostos - ENLOUQUECEU? - Gritou, se tapando com os braços. Mas Pedro segurou os pulsos dela firmemente. Karina ruborizou barbaramente ao ver que ele lhe observava, com a visão dilatada.

Karina virou a cabeça pro lado e cerrou os olhos. Pedro, após algum tempo, desceu os beijos pro colo dela. Karina arregalou quando sentiu ele cobrir um seio seu com a boca. Fora a surpresa, ela ofegou. Sentia algo bom, analisou enquanto sentia a língua dele lhe acariciar. Não era tão ruim. Ela hesitou por um momento. Se era isso que Pedro queria fazer, ela deixaria, apesar da vergonha imensa. Assim ele lhe deixaria em paz. Ficou quieta por um tempo, sentindo as caricias dele em seu colo, seios, barriga. Após algum tempo, viu Pedro se afastar, ajoelhando no chão.

Karina: Acab... - Ela ia falar, aliviada, quando viu Pedro desabotoar o cinto - O que é isso? O que você tem? - Perguntou assustada, ao ver o volume descomunal na calça dele. Pedro riu da inocência dela.

Karina se encantou com o riso do marido. Não era forjado, era sincero, ele realmente estava rindo. Até se esqueceu da situação apavorante em que estava. Se lembrou quando ele cobriu o corpo dela novamente com o seu, e como um animal, se pôs a rasgar a parte de baixo do seu vestido.

Karina: Eu não quero! - Voltou a empurra-lo, mais apavorada que antes

Pedro: Há alguns minutos você parecia querer. - Disse, perverso

Karina: Estúpido! - Ela começou a estapeá-lo, arranha-lo, e ele a agarrou, pra segura-la.

Dentre tapas, murros e empurrões, Pedro conseguiu desnudar Karina. O vestido dela agora jazia como um lençol em baixo dos dois. Ela agora chorava silenciosamente, e fraca, tentava empurra-lo.

Karina: Você vai me machucar. - Choramingou, ao sentir ele se finalmente se posicionar pra invadi-la.

Mas Pedro não parecia estar ouvindo. Com um único movimento, ele se enterrou nela. Por dois segundos o silêncio predominou, até que o grito de Karina ecoou pela casa.

Karina: Você está me rasgando! - Gritou, empurrando-o

Pedro: Fique quieta. - Murmurou com a voz rouca, segurando o quadril dela no lugar - Vai passar. - Ele acariciou o rosto dela, repentinamente calmo.

Mas não estava passando. Doia, ardia, Karina sempre sonhou com esse momento, seria bonito, romântico, entrega de ambas as partes, tanto dela quanto do marido. Mas agora estava ela, sendo rasgada por aquele animal. Quando Pedro começou a se mover, Karina franziu o cenho, esperando por uma dor que não veio. Ela estava assustada, atordoada pelo que estava sentindo, e se condenando por gostar daquilo. Mas então Pedro a beijou. E ela não lembrava mais o próprio nome. Ela só lembrava de após um tempo ter sentido um turbilhão de sensações levar seu corpo, e então ela desmoronou. Karina acordou no dia seguinte, ao se mexer em algo macio. Abriu os olhos, e o que viu foi o dorsal da cama. Ela se sentou e descobriu que doía. Suas costas doíam (da hora da queda), os pulsos doíam, ela estava toda ardida, machucada. Mas aquela cama era tão confortável... Ela olhou pra baixo, e estava vestida em uma camisola branca de algodão, alvinha, que ela sentia ir até o pé. Tinham cinco travesseiros a acomodando. Dois lençóis a cobriam até a cintura.Tudo naquela cama era banco: Algodão e linho. Ela se virou, pra dormir de novo, e viu uma bandeja. Tudo que podia se querer pra um café da manhã. Do lado tinha uma rosa vermelha e um bilhete.

"Petit,
Tive que sair, houveram problemas no trabalho. Os empregados estão ai, irão atender tudo o que você pedir. Eu mesmo preparei o café para você. Logo estarei de volta. Não saia da mansão.
Esperando que esteja bem, 
Pedro."

Karina passou a mão no rosto, e se acolchoou na cama. A aliança dourada reluzia em seu dedo. Estava absorta em seus pensamentos quando viu uma mulher entrar silenciosamente no quarto.

XXXX: Ah, bom dia, senhora. - Sorriu - O senhor me pediu para atendê-la sempre que precisasse. - Ela abriu a janela do quarto, o dia estava chuvoso - Meu nome é Antônia. - Karina reconheceu a mulher, fora a que lhe alertou sobre Antônia na noite passada - Precisa de algo?

Karina: Bom, eu preciso de um banho. - Seu corpo gritava por um bom banho, ela precisava apagar as lembranças - Antônia já acordou? – Antonia assentiu - Peça pra que ela venha aqui. - Sorriu. Rosa assentiu e saiu.


Antônia: Mandou me chamar? - Perguntou, entrando no quarto

Karina: Venha aqui. - Se sentou direito, ignorando a dor que sentia - Tome café comigo. - A menina sorriu e correu pra cama.


Karina e Antônia tomaram café juntas, brincando. No claro, Karina viu que Antônia era a menina mais linda que ela já vira. E também a mais maltratada. Seus cabelos eram de um castanho médio, iam até um pouco abaixo do ombro. Não tinha um corte definido, caia livremente pelas costas. Ao contrário das menininhas de sua idade, ela ainda não usava espartilhos, nem vestidos bonitos. Usava um sem modelo, marrom, que ia até os joelhos. Não tinha modos bonitos pra comer, não se sujava, mas também não era do jeito que deveria ser. Também não sabia se sentar nem se portar, mas sua companhia era adorável.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

2


Pedro: Como "em lugar nenhum"? - Ele se virou pra ela

Karina: Esse casamento vai ser mesmo uma farsa. - Ela juntou o máximo de dignidade que tinha - Então eu não quero lua-de-mel. - Ergueu o rosto.

Pedro: Ficaremos em casa, então. - Ele riu, debochado - Mas que fique claro que isso não muda nada. - Ele se aproximou dela - Será minha mulher, Karina, e eu digo isso em todos os sentidos. - Ele tocou a bochecha dela com os polegares, fazendo-a prender a respiração.

O dia do casamento chegou, e Karina estava uma pilha de nervos. Seu vestido era o mais lindo que já vira. Mas a ideia de ir pra cama com Pedro a noite a apavorava. Ela ficou a manhã toda se arrumando, o casamento seria as 19:00. Karina acordou cedo, Bette cuidou dela o dia inteiro.

Ficou sabendo por Bianca que Cobra tinha ido passar uns tempos com Jade na França, e que ela e João viajariam após a cerimônia, deixando a mansão vazia pra lua-de-mel dos dois. Karina estremeceu ao sentir a ultima laçada de seu vestido ser dada. Logo Gael foi buscá-la. Karina tremia quando entrou na igreja, a cidade inteira estava lá.

Padre: Pedro Ramos, você aceita Karina Duarte como sua legitima esposa, prometendo ama-la e respeita-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe?

Pedro: Sim. - Respondeu frio, se lembrando de alguma cena a anos atrás.

Padre: Karina Duarte, você aceita Pedro Ramos prometendo ama-lo e respeita-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe?

Karina travou. Se dissesse "sim", estaria perdida. Se respondesse "não", seu pai a mataria, e ela se exporia a toda a cidade. Mas como dizer "sim" ao homem que mais lhe apavorava?

Pedro: Não vai adiantar. - Sussurrou com a voz falsamente doce no ouvido dela - Não há saída, Karina. - Ameaçou

Karina: Eu aceito. - Murmurou, e se ouviram vários suspiros aliviados atrás dela. Pedro sorriu, e duas lágrimas se juntaram ao suor dela enquanto sentia a pesada aliança deslizar pelo seu anelar esquerdo.

Padre: Pelo poder investido em mim, eu vos declaro Marido e Mulher. - Fez o sinal da cruz - O que Deus uniu, o homem não separa.

Pedro: Eu tenho um presente pra você, ma petit. - Disse se aproximando dela, com um sorriso de canto, no salão de festas lotado.

Pedro abriu a caixinha de veludo. Era uma gargantilha de prata, reconheceu Karina, com a palavra "sempre", escrita na parte interior. Parecia uma coleira. Tinha uma longa corrente que deslizava pelas costas até a cintura. A maxilar de Karina trancou de raiva. Era linda, mas ainda assim era uma coleira.

Pedro: Será assim. Sempre que for elogiosa, inteligente, como hoje, será banhada de joias e presentes. - Ele beijou o pescoço dela após fechar a coleira, fazendo-a se arrepiar - Quando for do contrário... ganhará problemas. - Ele sorriu, se afastando

A festa se arrastou pela madrugada. Karina retardou a partida o máximo possível. Mas chegou a hora de ir. Bette abençoou Karina, que foi embora, só com o seu vestido de noiva. No meio do caminho descobriu que não sabia onde era a mansão Jonas. Pedro estava distraído olhando pela janela. Meia hora depois Karina sentiu a carruagem parar, e estremeceu. A mansão era imperial, parecia ter 3 andares. Seu interior era claro, bem iluminado, tinha a decoração luxuosa. Poltronas, sofás, tapeçarias.
Pedro levou Karina a todas as salas, todos os cômodos. Quando estavam saindo de um quarto de hospedes, Karina viu uma sombra pequena se afastar apressadamente, saltitando.

Karina: Quem é ela? - Perguntou, intrigada. Não sabia da existência de uma mulher, de uma menina na mansão.

Pedro: Antonia. - Chamou em voz baixa, mas Karina ouviu os passinhos apressados cessarem. Um tempo depois, a pequena menina apareceu.

Antonia: Sim? - Respondeu, timidamente.

Era uma menina pequena, tinha o cabelo longo, mal-cuidado, se vestia com roupinha simples, mas ainda assim tinha as feições finas, como as de Pedro e João.

Pedro: O que eu disse sobre sair do quarto? - Perguntou, secamente

Antônia: Cobra me disse que eu poderia sair se precisasse. - Se defendeu

Pedro: Cobra está aqui? - Perguntou agora ameaçador.

Mas Karina estava encantada com a pequena menina.

Karina: Olá, pequena estranha. - Avançou um passo na direção de Antônia, sorrindo. A enorme calda do seu vestido de noiva se arrastou pelo chão.

Antônia: Olá, grande estranha. - Correspondeu o sorriso

Pedro olhava a cena incrédulo, como se aquilo lhe causasse nojo.

Pedro: Vá para o seu quarto. Logo eu estarei lá. - Mandou, friamente.

Karina viu Antônia estremecer, acenar pra ela e sair. Logo Pedro se virou pra ela.

Pedro: Eu imagino que você queira ficar sozinha antes de... - Ele passou a mão no cabelo, confuso. Esse não era o Pedro calculista, era um que falava sem pensar. - Bom, esse é o nosso quarto. - Apontou pra porta atrás de Karina - De qualquer forma, eu já volto. - Disse, e Karina podia jurar que o viu ruborizar antes de partir.

Karina: Perdida... Perdida... - Murmurava dentro do quarto, andando de um lado pro outro.

O quarto era enorme. Tinha uma linda cama, com dorsel, em um colchão que parecia absurdamente confortável. Karina estava despencando de cansada, mas não trocou o vestido de noiva, aliás, nem sabia o que ia vestir. Estava presa em sua desolação, quando ouviu outro murmúrio, vindo do corredor.

XXXX: Tão pequena... Ah, Deus... - Lamentou, passando pela porta do quarto de Karina

Karina: O que houve? - Perguntou, aparecendo da porta.

XXXX: Ah, senhora. - Sussurrou - O senhor viu a menina Antônia no corredor. Ela o desobedeceu. Ah, Deus. - Lamentou-se de novo

Karina: Ele não ficou muito contente. - Falou, ainda sem entender.

XXXX: Ah, ele vai castiga-la, senhora. - Disse pesarosa e triste.

Nesse momento, se ouviu um gritinho fino vindo do outro corredor. Karina franziu cenho. Pedro estava... batendo na menina? Antes que pudesse pensar, Karina segurou a barra do vestido e disparou correndo. O quarto de onde vinham os gritos era longe, e seu vestido era incomodamente pesado. Ela chegou a fonte dos gritos, e invadiu o quarto. Antônia jazia encolhida num canto, e Pedro acertava ela com algo que lembrava um cinto, a expressão dura no rosto.

Karina: PÁRA! - Gritou, segurando o braço dele com as duas mãos. Antônia tinha os braços na frente do rosto, defensivamente, chorando e tremendo. Várias marcas vermelhas começavam a aparecer nos braços e ombro da menina.

Mas Pedro não parou.

Karina: PEDRO, PÁRA! - Ela se jogou na frente da menina, tapando-a com seu corpo, recebendo um golpe que não pode ser refreado - MONSTRO! VOCÊ NÃO É HUMANO! - Gritou encarando-o, antes de abraçar Antônia. Pedro tinha a expressão vazia, fria.

Karina: Tá tudo bem, minha pequena. - Não sabia porque, mas se afeiçoou a aquele bolinho que a abraçava fortemente - Ele não vai mais voltar. - Acariciou os cabelos da menina

Antônia: O-obrigado. - Murmurou, soltando Karina, esfregando o olhinho com as costas da mão - Cobra não teria deixado. - Resmungou, subindo na cama.




quinta-feira, 14 de maio de 2015

1


Karina: AH! - Gritou assustada - Perdão. - Pôs uma mão no peito, recuando - Desculpe, eu conheço o senhor? - Perguntou, agora com medo.

Pedro: Você iria me conhecer na sexta-feira, se não fosse sua exasperação. - Sorriu sem sentimentos

Karina: Pedro?! - Perguntou o medo sendo substituído pela surpresa

Pedro: Sim, minha bela? - Sua voz era irônica, enquanto ele se lançava na luz da lua.

Karina se espantou. Pedro não era parecido com João, quem ela achava semelhante a um anjo. Pedro tinha os olhos esverdeados, era forte, moreno claro, e o cabelo era curto. Ele avançava calmamente pra ela, mas tinha algo nos olhos dele que a apavorava.

Pedro: Vamos para casa. - Ele tirou o paletó.

Karina: Vá você, eu estou indo embora. - Ela recomeçou seu caminho

Pedro: Não seja tola, Karina. - Karina grunhiu, com raiva. Era a segunda vez que a acusavam de ser tola, só nessa noite.

(...)

Pedro: Por favor, vigie-a. - Pediu a Bette, no portão da fazenda dos Duarte.

Bette: Obrigado por não entrega-la, senhor. - Agradeceu, humilde.

Pedro cobriu os ombros de Karina com seu paletó e a obrigou a voltar pra casa. Agora ela se abraçava, de cara fechada.

Pedro: Não volte a tentar fugir. Eu não vou permitir. - Disse, se virando pra Karina - Vai ser minha mulher, Karina. - Avisou, fazendo-a estremecer - Fique bem. - Ele pegou o rosto dela entre as mãos, beijando-lhe a testa antes de partir.

O dia seguinte passou normalmente. A costureira visitou Karina para lhe tomar as medidas e começar o vestido. Karina estava irredutivelmente amargurada.

Karina: Eu vou dizer não. - Comentou, simplesmente

Pedro: Seu pai vai te matar, e ainda assim será minha mulher. - Ele acariciou o rosto dela.

Pedro jantou na casa de Karina naquele dia. Ricardo a forçou a usar um de seus melhores vestidos. O noivado deles foi marcado pra dali a uma semana, uma grande festa.

Karina: Me deixe fugir. - Implorou - Você não me ama, não me quer, me deixe ir. - Insistiu

Pedro: É ai que você se engana. Eu quero você. - Sorriu sem expressão - Eu esperei uma vida inteira por você, Karina. Será minha daqui a 30 dias, e ninguém vai mudar isso. - Alisou o rosto dela novamente, que o encarava, apreensiva.

Os dias se passaram normalmente. A única coisa que animava Karina era seu vestido. Era um tomara-que-caia longo, com luvas até os cotovelos. Karina se empenhara nele. As palavras de Pedro lhe martelavam a cabeça. Eram palavras apaixonadas, mas não havia nem uma gota de paixão na voz dele. No dia do noivado, Karina vestiu seu melhor vestido, se penteou, se maquiou e finalmente estava pronta, e linda.

Bette: Menina está na hora. - Chamou do outro lado da porta - Seu noivo está te esperando.

Quando Karina desceu as escadas, todos estavam olhando pra ela. Ela varreu a sala com o olhar, até que encontrou Pedro no pé da escada, lhe esperando com uma expressão intrigada.

Pedro: Está linda. - Disse simplesmente quando ela chegou nele - Eu tenho algo para você. - Disse, tirando uma caixinha do paletó.

Quando Pedro abriu a caixinha, Karina se espantou. Era um colar, o mais lindo colar que ela já vira. Pedro parecia saber o que ela iria vestir. O colar era ouro, dourado como o vestido que ela usava. Era como uma gargantilha, que distribua inúmeros fios dourados por seu colo. Ele lhe afastou os cabelos gentilmente e colocou a gargantilha nela.

Karina: A-Pedro...eu nem sei como agradecer. - Murmurou, tocando o colar, aturdida.

Pedro: Nem precisa. - Respondeu, tocando o rosto dela em um gesto possessivo.

E então ele a beijou. Ela sentiu seus lábios sendo oprimidos pelos dele. A boca dele tinha um gosto agradável, e um leve gosto de vinho. Já ele estava perdido quando sentiu ela lhe abraçar, timidamente, pela cintura. Os lábios dela eram tão doces, tão macios, lembrava tanto... Vicki. Pedro gentilmente afastou Karina, encerrando o beijo. Só ai Karina veio perceber que os convidados em peso batiam palmas. Bette também batia palmas, emocionada. Pedro estava absorto em seus pensamentos, e todos eles se reservavam em um nome. Vicki. Quando Karina o encarou seu maxilar estava contraído, e seu olhar era frio. No restante da festa, ele quase não se aproximou dela. Karina estava confusa e magoada. Confusa por não saber o que tinha feito de errado, e magoada pelo jeito que ele a tinha tratado, como se ela lhe causasse dor física.

XXX: Até que em fim encontrei você. - Disse, se aproximando de Karina, que permanecia triste, sozinha, em uma cadeira em uma sala afastada.

Karina: O que... Bianca! - Se levantou, indo rapidamente abraçar a irmã - Que saudade! - Murmurou, sincera.

Bianca: Quase morri quando soube! - Disse animada, se sentando ao lado da irmã.

Karina percebeu que suas preocupações com Bianca eram fúteis. A irmã estava muito bem. Tinha uma cor afogueada no rosto, os cabelos eram do mesmo Pretos agressivo de sempre. Ela usava um vestido luxuoso, cor de esmeralda, como as joias em seu colar. Isso tranquilizou Karina.

Bianca: Vamos morar juntas de novo, não é o máximo? - Perguntou, animada, após um tempo de conversa

Karina: Bom, você mora com ele, então... me diz, como é Pedro? - Perguntou, tímida.


Bianca: Bom... - Ela mediu as palavras – Cobra é bem tímido, mas é simpático, ele não pode vir hoje. Pedro... - Ela olhou a irmã, temerosa - Pedro é fechado, frio na maior parte do tempo. Passa quase o dia todo sozinho no escritório. Não é bem humorado, nem sensível. - Ela viu o olhar da irmã - Mas, veja, eu estava apavorada por João, e ele me trata como uma princesa. - Sorriu

João: Bianca? - Perguntou, entrando na sala - Ah, Bianca, como eu te procurei. - Bianca sorriu

Havia um brilho diferente no olhar de João quando ele olhava pra Bianca. Havia afeto, carinho, era amor. Karina viu esse brilho no olhar de Bianca também. Karina percebeu que Bianca e João formavam um belo casal. Ele, com suas feições perfeitas e tranquilas, e Bianca... bom, todos sabiam como Bianca era. Eles combinavam. Karina se entristeceu. Não conseguia se ver ao lado de Pedro.

Bianca: Estou aqui. - Disse indo até o marido, que a abraçou pela cintura e lhe beijou a testa

João: Nós estamos indo embora. - Alisou o rosto dela - Ah, Karina, Pedro está a procurar-te. - Karina estremeceu.

Karina se despediu de Bianca. Logo saiu pelo salão, procurando Pedro. Encontrou-o em uma sala, olhando a lareira.

Karina: João me disse que estavas me procurando. - Disse após tomar fôlego, fechando a porta da sala para bloquear o barulho que vinha de fora.

Pedro: E estava. - Disse, sem se mover, como se Karina não fosse digna de atenção - Onde quer passar a lua-de-mel? - Perguntou, cutucando o fogo com uma espátula.

Karina estremeceu com a possibilidade. Lua-de-mel lembrava noite de núpcias. Noite de núpcias lembrava... Ela arregalou os olhos, dando instintivamente um passo pra trás. 

Karina: Em lugar nenhum. - Respondeu, engolindo em seco.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Sinopse

A Web  é adaptada, a original é de 

Samila , Créditos para a Gattinha.



    Original Sin 


      Sinopse


Karina: Me conte mais sobre os Ramos. - Perguntou distraidamente, certa noite após o jantar, quando se sentou com Bette na sala de estar.

Bette: São três irmãos: Pedro, João, e Ricardo  - Hesitou - Vieram pra Seattle há uns 2 anos, moravam na França, anteriormente.

AutoraOn

A mãe de Karina morrera quando ela era nova. Então Bette, que era sua babá, ocupou esse lugar. O pai de Karina se tornara duro, frio, após a morte da esposa.

AutoraOff

Karina: 2 anos? É pouco pra conseguir a confiança do papai, não? - Ela suspirou. O casamento de Bianca não era uma assunto que lhe agradava - A Bianca se casou há mais de 6 meses.

Bette: Eles se mudaram há 2 anos, mas visitavam com frequência. São homens de negócios.

Karina: Eles são casados?

Bette: Ricardo sim, é casado com a jovem Jade mas ela ficou na França. João, como sabe, é casado com a sua irmã.

Karina: E o terceiro? Pedro, não é? - Passou a linha no bordado que começava a fazer.

Bette: Bom, Ka. - Começou, temerosa - Ele tem uma pretendente.

Karina: Verdade? - Baixou o bordado - Quem é ela?

Bette: Ah, minha Ka. - Ela parecia atordoada - Entenda. Há anos atrás, quando o Sr.Marcelo, pai dos Ramos, veio aqui conversar com o seu pai, você e a Bianca eram meninas, dois toquinhos, correndo pela casa. - Ela suspirou - Naquele dia, eles não combinaram apenas o casamento de Bianca e João. Esse ficou logo conhecido, porque Bianca era mais velha. - Karina continuou sem entender - Eles acertaram outro casamento. O casamento de Pedro. - Karina parecia ainda não ter entendido. Bette suspirou. Karina não gostava do jeito como ela lhe encarava. Parecia ter pena. - Eles acertaram o seu casamento, Ka. - Karina arregalou os olhos - Você é a prometida de Pedro.

Karina: O QUÊ?! - Gritou se levantando, derrubando os novelos de linha, o bordado, e o grande vaso de cristal que guardava as agulhas, que se espatifou no chão e se partiu em vários pedacinhos.

(....)

Bette: Calma, menina! - Implorou, correndo atrás de Karina. Os Duarte moravam em uma casa imperial, em uma área nobre de Seattle. Karina chegou a porta do quarto do pai espumando, e pôs-se a bater furiosamente.

Karina: EU NÃO VOU ME CASAR COM ELE!

Gael: Ah, sim, você vai. - Disse tranquilamente - Obrigado por contar, Bette, me poupou trabalho. - Inclinou a cabeça cordialmente.

Karina: Como pôde, papai? - Ela andava de um lado pro outro, nervosamente - Eu não o conheço!

Gael: Bianca não conhecia João, e eles estão muito bem casados.

Karina: Sim, claro, e nós quase não temos noticias dela desde então! - Ricardo revirou os olhos - Eu me lembro, ela estava apavorada. - Murmurou entre dentes

Gael: Seu casamento é no mês que vem. - Avisou, naturalmente - Pedro virá depois de amanhã, corteja-la. - Sorriu, frio

Karina: Eu não vou vê-lo. Não vou me casar com ele. Eu não o amo. - Murmurou, com raiva.

Gael: Como você é tola, Karina. - Reprovou - O amor vem com o tempo. E eu não vou ter pena de você se me envergonhar perante a ele. - Avisou, e saiu do quarto, deixando uma Karina irredutível de ódio.

(...)

AutoraOn

Karina corria desesperadamente pelos jardins da fazenda. A noite estava quente. Ela pegara apenas o dinheiro que tinha. Vestiu o vestido mais leve que achou, era branco com rendas. Disparou portão a fora, decidida. Fugiria, encontraria um emprego, Duca poderia lhe ajudar. Vários minutos depois, ela já estava longe de casa. Soava, ofegava, tremia. Vestidos não eram bons pra correr, pensou, se obrigando a andar.

Nesse momento, percebeu como estava escuro e deserto. A luz predominante era a da lua cheia. Ela passou a mão na grande massa de cabelos loiros, pondo-o no lugar, e voltou a correr, agora assustada.

AutoraOn


XXXX: Fugindo, Karina? - Perguntou, emergindo da escuridão.