segunda-feira, 25 de maio de 2015

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Quando chegaram em casa, Pedro rumou ao escritório, organizar alguns papéis, e Karina foi direto pro quarto de Tomtom, com uma legião de empregados carregando caixas atrás dela.

Karina: Tomtom? - Chamou, dando batidinhas na porta do quarto

Tomtom: Oi? *-* - Tomtom adorava quando Karina lhe visitava, não era bom ficar sozinha-Ka? - Disse estupefata, ao ver o corredor lotado.

Karina: Presentes. - Sorriu radiante, e Tomtom deu espaço pros empregados entrarem.

Quando terminaram, o quarto da menina estava cheio. Ela e Karina se divertiram rasgando tudo de velho que a menina tinha: roupas, lençóis de cama, tudo. Depois, cuidadosamente, arrumaram tudo de novo. O guarda-roupa ficou abarrotado. Os dias foram se passando, e Tomtom aprendia cada vez mais. Já sabia comer corretamente, e andar com as sapatilhas novas. Tinha dificuldade com os espartilhos.

Tomtom: Não consigo... - Karina puxou o ultimo fio do espartilho - Respirar. - Olhou atônita pra Karina, que deu o laço no cordão.

Karina: Tá ótima. - Alisou a barriga da menina. Tomtom começava a ficar vermelha. - O segredo é respirar superficialmente. - A menina tentou, e pareceu melhorar. - Agora, senta. - Tomtom se sentou com um pulo e cruzou as perninhas - Não! - A menina se encolheu - Assim.

Karina, que estava encostada na cama, foi até a cadeira do lado de Tomtom. Sentou-se, deixando as pernas penderem pro lado.

Karina: Damas direitas nunca cruzam as pernas, deixam elas ficarem gentilmente relaxadas. - Apontou pra as pernas - Tenta.

Tomtom que já estava de pé, foi levemente até a cadeira e deixou as perninhas de lado. Karina sorriu e bateu palmas, abraçando a menina em seguida. Karina não sabia, mas Pedro a estava observando pela porta entreaberta. Ele revirou os olhos, balançou a cabeça negativamente, mas riu ao sair. Logo um mês se passou. Tomtom estava uma daminha. Numa manhã inesperada, Bianca e João retornaram.

Pedro: Cobra? - Perguntou, dando falta do irmão.

João: Jade deu problemas, não queria deixa-lo vir, então ele vem depois de amanhã. - Pedro revirou os olhos, João riu

Pedro: Já reparou como as mulheres tem uma incrível facilidade de se tornarem transtornos? Problemas, pra melhor dizer? - Ele disse, olhando Karina

Karina: Eu já disse que você é insuportável hoje? - Perguntou, se fazendo de curiosa.

Pedro: Não, hoje ainda não. - Sorriu debochado pra ela.

Karina: Pois você é. A criatura mais irritante, mais insuportável que eu conheço. - Sorriu, sem expressão. Bianca arregalou os olhos

Pedro: Era por isso que você não queria casar comigo? - Ele sorriu, frio pra ela.

Karina: Vai pro inferno, Pedro. - Ela puxou Bianca pela mão, saindo da sala.

Após desfazer a bagagem, Karina, Pedro, Bianca e João almoçaram. Depois, Pedro e João saíram, deixando Bianca e Karina a sós.

Bianca: Fomos a Paris. - Disse animada - Trouxe tantos presentes. - Sorriu, radiante

Bianca era meio tagarela, mas Karina gostava. Ouvia as histórias com atenção e sorria. Era bom ter alguém pra conversar.

Bianca: Agora, me diz. - Perguntou, reduzindo o tom de voz - Como foi a noite de núpcias? *-* - Karina arregalou os olhos, mas Bianca estava falando sério - Essa cama enorme! - Ela deitou de costas na cama de Karina, abrindo os braços

Karina: Foi no chão... da sala. - Ela sorriu sem jeito e foi até a janela.

Bianca: No chão da sala?– Perguntou confusa.

Karina: Eu tentei fugir. - Respondeu, amargurada.

Bianca: Mas por quê? - Ela se sentou, encarando a irmã, confusa - Quero dizer, a primeira vez foi difícil. Eu não sabia o que fazer, João era tímido demais. Mas a gente conversou um pouco, e quando estávamos calmos, aconteceu, ele foi super carinhoso comigo. - Sorriu - Porque você fugiu?

Karina: Porque eu tinha medo. - Ela disse, se lembrando - Me machucou muito, eu me senti sangrar. - Ela sacudiu o rosto, espantando as lembranças

Bianca: E depois? - Karina ergueu a sobrancelha - Não aconteceu de novo? - Karina negou - Ah, comigo e o João é quase todo dia, eu gosto. - Sorriu, radiante.

Karina: Eu sei que estou faltando com as minhas obrigações de esposa, mas... não sei como agir. - Ela franziu a sobrancelha, confusa por pensar naquilo.

Bianca: Pois funicar com João é ótimo. - Ela abriu o leque e se abanou, rindo.

Karina: Para com isso, Bianca Duarte! - Jogou um travesseiro na irmã, rindo.

O jantar foi normal, calmo. Karina, após algum tempo, pediu licença e saiu, deixando João e Pedro conversando e Bianca bordando. Passou no quarto de Tomtom, deu boa noite a menina, tomou um banho e se deitou, encolhida no seu lado da cama. Adormeceu antes que Pedro fosse deitar. 

Quando acordou no dia seguinte, ele já havia saído. Karina agradeceu por isso, não queria uma briga, não agora. Banhou-se, se penteou, Bette a ajudou a se vestir. Colocou um vestido azul marinho e deixou os cabelos soltos. Foi até a cozinha e preparou a bandeja de Tomtom. Todos os empregados gostavam de Karina. Era meiga, educada, tratava todos com respeito. Conversou com todos enquanto fazia a bandeja. Depois subiu pra levar o café pra menina.

Karina: Hora de acordar, Little Stranger. - Disse alisando o cabelo de Tomtom, que dormia.

Tomtom: Humm... - Se espreguiçou - Bom dia. - Sorriu

O quarto de Tomtom ficou um sonho depois de Karina; A menina usava uma camisolinha de Algodão, rendada. Estava tomando café quando ouviu uma movimentação anormal no andar debaixo. Tomtom engasgou.

Tomtom: Cobra! - Grasnou, tentando se levantar.

Karina: Não! - Puxou a menina - Não está apresentável. - Tomtom a olhou, exasperada - Eu vou, e trago ele. Você fica e termina o café. Promete? - Tomtom assentiu de má vontade e voltou a comer.

Karina descobriu que estava curiosa sobre Cobra. Avançou pelo corredor, revisando mentalmente o que já haviam lhe dito sobre ele. Moreno, bonito... Mas quando Karina chegou ao parapeito da escada, seu deleite foi total. Cobra era mais forte que Pedro. Completamente diferente de João. Seus cabelos eram cor preta, ele era moreno, alto, esguio. Usava um palito preto aberto, com uma camisa branca por dentro. Quando ele olhou pra ela, Karina viu um whisky bem claro nos olhos dele. Ela se perguntou se finalmente enlouquecera. Aquele Deus lhe encarando não podia ser real.  Cobra sorriu pra Karina, revelando um conjunto de dentes alvos, alinhados, perfeitos, e Karina não sabia mais o seu nome.

Cobra: Você deve ser Karina. - Sorriu, se aproximando da escada.






Créditos AnnaBeth e Samila

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