sexta-feira, 19 de junho de 2015

10

  
Os dias foram voando mansão a fora. Bianca e João eram inseparáveis. Karina e Pedro se tratavam como cão e gato. Ela não deixou mais ele tocar nela desde o dia do banheiro, mas suspeitava de que ele só não tocou porque não quis. Mas agora ela tinha o seu chalé, e tinha Cobra. Isso era uma melhoria insuperável.

Cobra: De novo aqui? - Perguntou, entrando no chalé. A voz de Cobra enriquecia o sangue de Karina, e ela sorriu, involuntariamente0.


Karina: Pros momentos que se quer sumir. - Sorriu, sentada na poltrona


Cobra: O que você tava fazendo? - Perguntou, fechando a porta


Karina: Nada, só descansando. - Sorriu - E você?


Cobra: Tô de saida. Vou a Port Angeles, preciso autenticar uns papéis, só devo voltar a noite. - Karina se entristeceu, como se um pedaço do seu coração tivesse sido roubado - Ei, não fique assim. - Ele se ajoelhou do lado dela - Você tem o nosso cantinho feliz. - Ela sorriu, e ele lhe beijou a testa, antes de sair.


Karina ficou sentada por um bom tempo. Depois, se levantou. Estava cansada de ficar sem fazer nada. Mas o que se tinha pra fazer ali? Ela olhou em volta, e viu a estante de livros. Foi até lá, e começou a separar uns. Parou ao ver um sobre vampiros. Nunca tinha lido sobre esse tema. Pegou o livro, e voltou a se sentar. O livro falava da possível existência real de vampiros, e suas características. Karina congelou lendo. Parecia tanto com... Ela se levantou as pressas, pegando um papel e uma caneta na estante. Fez uma lista das características que o livro citava: Não sair a luz do sol, frieza da pele, nunca comer, nunca dormir, palidez, força, rapidez. Um coração que não batia. Ela riscou a frieza da pele, nunca comer e nunca dormir. Mas nunca havia visto Pedro na luz do sol.


Karina: Um coração que não batia. - Ela olhou pra frente - Pelo amor de Deus. - Ela passou a mão no rosto, apavorada. E se Pedro fosse um...vampiro?

Karina passou um bom tempo pesquisando nos livros de Cobra, mas não encontrou muita coisa. Por fim, dobrou sua lista e guardou-a no decote. O chalé era muito longe, e ela caminhou todo o percurso pensando em sua vida. Pedro, o amor e o ódio que ele cultivava nela. Cobra... por Deus, o que ela estava sentindo por Cobra? Ela era casada. Ele era seu cunhado. O sol estava se pondo quando alcançou a mansão. Tomou um banho e se vestiu. Resolveu esperar Cobra. Horas se passaram, a noite matou o dia, e nem sinal do garanhão preto e do seu montador. Rosa alertou Karina de que Pedro a estava chamando pra jantar, mas Karina não foi. Só sairia dali quando ele voltasse.

Pedro: Não ouviu quando eu mandei te chamar? - Perguntou indo furioso ao encontro de Karina, que estava sentada em um banco do jardim.


Karina: Ouvi. E disse que logo iria. Assim que Cobra voltasse. - Respondeu, sem dar atenção, mexendo distraída na aliança. Seu vestido era vermelho vinho, com um decote médio.


Falar bobagem só piora as coisas
Eu estou me acostumando com o que você disse
Não, isto não é imaginação minha
Eu não posso fazer milagres o tempo todo


Pedro: Assim que Cobra voltasse. - Repetiu - Pois quando eu te chamar, largue o que você estiver fazendo e me atenda. - Ele puxou ela com força pelo braço. Karina, com um gemido de surpresa e dor, se levantou


Karina: Está me machucando. - Disse entre os dentes, sentindo a dor forte no braço


Pedro: Eu não gosto de esperar, Karina. Eu já esperei demais. - Disse, encarando-a, raivoso


Porque não conversamos sobre isso?
Por que você sempre duvida de que possa existir uma
saída melhor?
Isso não me faz querer ficar?


Karina: Não sou sua criada. Não é justo, Pedro! Eu não te fiz nada, e a única coisa que você me dá é frieza, crueldade! - Ela jogou pra fora, sentindo o peso que saia de suas costas. A expressão de Pedro continuava colérica. - Eu vou ficar e esperar por Cobra. Me solte. - Pediu, fria.

Pedro: Você e Cobra são iguais. - Ele disse, a fúria escapando de sua voz - Duas crianças se queixando de como a vida é injusta com vocês. Sempre se lamentando, sempre se lastimando. A alegria de vocês é fútil, Karina. Deixa eu te avisar, a vida não é justa. - Karina sentiu os olhos encherem de agua - Isso, chora. - Ele sacudiu ela pelos dois braços, parecia fascinado com a dor da mulher - Se desmancha em lágrimas. É o que se pode esperar de uma menina boba como você. - Disse, duro

Por que a gente não termina de uma vez?
Não há mais nada pra dizer
Estou de olhos fechados
Rezando pra que eles não espiem. ♫


Karina: Me larga. - Disse puxando o braço. As duas lágrimas que inundaram seu olhar caíram, cada uma no canto do olho. Pedro só fez apertar a mão. Seus olhos brilhavam com um sentimento malévolo - Vai quebrar o meu braço. - Rosnou, magoada e ferida


Pedro puxou Karina com força, fazendo-a cambalear, e arrastou pela escadaria da mansão. Ela tropeçou duas vezes, mas ele continuou arrastando-a pelo braço até ela se equilibrar. Entraram em casa, passando direto pela sala de jantar. Bianca estava lá com João e TomTom. Dessa vez Bianca e João se sentavam juntos em um lado da mesa, TomTom do outro lado, Pedro em uma ponta e Karina na outra. Bianca arregalou os olhos ao ver Karina quase sendo arrastada pelo braço, o rosto vermelho pelas lágrimas que não deixava cair. Pedro jogou Karina na cadeira, que virou com tudo pelo lado, mas ele a segurou com força pelo ombro, não deixando-a cair e forçando-a a ficar quieta. Karina sabia que não adiantava lutar. Os empregados serviram o jantar, mas ela não tocou na comida. Se ele queria briga, eles brigariam.


Nós não sentimos mais atração pelo outro
E hoje em dia é isso que importa
Eu quero que você desapareça ♫

Pedro: Coma. - Ordenou, duro

Karina: Não tenho fome. - Continuou na mesma posição, encarando-o. Seus braços tinham grandes marcas roxas.


Karina: Karina, eu estou mandando você comer. É uma ordem. - Disse, o ódio retornando a sua voz


Karina: EU JÁ DISSE QUE NÃO TENHO FOME! - Gritou, puxando os seus pratos e talheres de uma vez, jogando-os no chão com fúria, quebrando a porcelana em pedacinhos, deixando o chão, antigamente lustrado, todo sujo.


Pedro partiu furioso pra cima de Karina. Iria mata-la, ela sabia. Morrer não devia ser tão ruim quanto viver aquilo. Mas João interferiu. Se levantou de uma vez e segurou o irmão. Bianca se levantou rapidamente, saindo do caminho e levando uma TomTom assustada. Karina continuou imóvel em seu lugar, com toda a dignidade que tinha, encarando o marido. João era muito forte comparado a ela, Se ele não estava conseguindo segurar Pedro direito, ninguém mais conseguiria. Isso só aumentou a raiva de Karina.


Karina: Agora, com sua licença, senhor meu marido. - Disse quase gritando e se levantou, derrubando a cadeira e jogando o guardanapo com força na mesa, antes de sair com passos pesados da sala. Pedro parou de se debater, olhando a mulher passar majestosamente pela sala e sumir depois da porta.

Na sala reinou um silêncio esmagador. Mas o pensamento de Karina estava longe enquanto ela olhava o jardim pela janela do seu quarto. Onde estava Cobra? Porque não voltou? "Duas crianças reclamando de como a vida é injusta com vocês." Por mais que lutasse, esses pensamentos lhe sufocavam. Ela virou o rosto com desgosto e foi tomar um banho, com a esperança de que a agua fria lhe despertasse desse pesadelo.

João: Ela não é a Vicki, Pedro. Ela não tem culpa, por Deus. - Murmurou, depois que Karina saiu da sala, ainda segurando o irmão


Pedro: Se não parecesse tanto. - Ele disse, e agora parecia sofrer - Maldição. - Passou a mão pelo cabelo quando João o soltou.

 -


Pedro: Nunca mais deixe me atender, ou grite a mesa, estou sendo claro, Karina? - Disse num tom que era mais ameaçador do que qualquer outra coisa

Pedro entrou no quarto. Karina estava vestida com uma camisola de seda preta sob um hobbie também negro, que chegava ao chão, parada perto da janela. Ela apenas balançou a cabeça, como se ele não merecesse sua atenção.


Pedro: Ele não vai voltar. - Disse, perverso - Você pode passar a noite inteira de pé ai, ele não vai aparecer. - Sorriu, cruel.


Karina: E o que você tem a ver com isso? - Murmurou, perdida, enquanto olhava a longa estrada da fazenda, deserta. Ouviu o riso de Pedro trovejar atrás de si, mas não deu atenção.


Karina ficou até de madrugada olhando pela janela. Por fim, constatou que Pedro estava certo, Cobra não voltaria, não hoje. Tirou o hobbie e colocou-o perto da cama, junto com o roupão de Pedro. Deitou-se em seu lado, cobrindo-se e se aquietando. Estava perdida em torpor quando lembrou de uma coisa. Vampiro. Ela se endureceu na cama, virando-se pra olhar o marido. Ele dormia tranquilamente, uma expressão serena no rosto. Ele pode estar fingindo. disse a si mesma. Tirou uma mão lentamente de debaixo da coberta, e passou na frente dos olhos dele, fazendo movimento bruscos, mas ele continuava adormecido. Ela tocou no pulso dele, afim de sentir a pulsação do sangue, mas foi interrompida antes de conseguir sentir algo.


Pedro: Que diabos você pensa que tá fazendo? - Murmurou, rouco pelo sono, mas o verde de seus olhos já estava completamente atento, encarando-a.


Karina: Ai! - Ela se afastou, assustada - Nada, nada não, boa noite. - Disse depressa e se deitou de costas pra ele, bem afastada. Pedro franziu a sobrancelha, mas sorriu e voltou a fechar os olhos.





AnnaBeth e Samila

4 comentários:

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  3. Pq ?? Parou continua agr q ódio do Pedro cara q troglodita idiota 😤😣😤😣 mano e a Ka q do 😱😞 eu queria q o cobra a protegesse mas ru seu q ele não pode 😖😖
    Obs: eu achei o Pedro vampiro = like 💪 ( mas rke ta mas pra lobo 😂😂😂 parei 😂😂 )

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  4. Pq ?? Parou continua agr q ódio do Pedro cara q troglodita idiota 😤😣😤😣 mano e a Ka q do 😱😞 eu queria q o cobra a protegesse mas ru seu q ele não pode 😖😖
    Obs: eu achei o Pedro vampiro = like 💪 ( mas rke ta mas pra lobo 😂😂😂 parei 😂😂 )

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