segunda-feira, 15 de junho de 2015

9


Os dias foram passando, lento e normalmente. Karina e Pedro brigavam constantemente. Karina resolvera canalizar sua dor em outro sentimento: Raiva. Cobra virara vicio pra Karina, passava horas com ele. Bianca e João estavam a cada dia mais ligados.

Cobra: Uma flor pelos seus pensamentos. - Puxou uma flor de um arranjo da sala e pôs na frente de Karina


Karina: Ahn? Ah, não é nada. - Sorriu. Cobra virou a cara e levou a rosa consigo.


Cobra: Não quer conversar? - Ele se sentou perto dela. - Sabe que pode confiar em mim. - Ele pegou a mão dela.


Como sempre, o toque de Cobra era frio como gelo. Mas isso não impediu Karina de aquecer pelo toque com a pele dele.


Karina: Tudo bem, meu casamento é uma farsa. - Ela suspirou - Pedro não me suporta. Você deve ouvir as nossas brigas.


Cobra: Bom, eu não quero piorar seu humor, mas creio que Seattle inteira ouça as brigas de vocês. - Karina riu


Karina: Eu não sei mais o que fazer. - Ela sorriu, triste - Tem horas que eu tenho vontade de desaparecer.


Cobra: ROSA! - Berrou, assustando Karina. A voz de Cobra era forte, ela se arrepiou, involuntariamente.


Rosa: Sim, senhor? - Perguntou, aparecendo na sala


Cobra: Mande selarem o meu cavalo, preciso dele. - Rosa assentiu e saiu - Bom, quanto ao que fazer, eu não posso ajudar. Mas em relação a sumir, eu creio que sei de alguma coisa.


Karina: De que?


Cobra: Vem. - Ele levantou e puxou ela pela mão, levando-a pra fora da casa.

Cobra levou Karina até a frente da mansão, onde o cavalo negro dele esperava os dois. Cobra levantou Karina com a maior facilidade sentada de lado no cavalo, e montou atrás dela.

Cobra: É melhor se segurar. - Avisou, divertido


Karina: Estou morrendo de medo de você. - Revirou os olhos


Quando ela disse isso Cobra riu. Ela achou que estivesse voando, perante a velocidade que o cavalo tomou. Os jardins passavam por eles rapidamente, sem muitos detalhes. Quando Karina já estava se acostumando com isso, Cobra parou na frente de uma casa. Na verdade era a ruína de uma casa, pequena, rodeada de plantas até a altura do Joãolho, a pintura velha, descascada. Karina não conhecia essa parte da propriedade, era longe demais da mansão.


Karina: Porque me trouxe aqui? - Perguntou confusa, ao ver Cobra descer do cavalo


Cobra: Calma, Jake.  - Ele alisou o cavalo - Não está vendo? - Ele apontou pra casa


Karina: O que é isso?


Cobra riu e puxou Karina do cavalo. Ambos foram até a porta da casinha. Cobra tirou uma chave do colar que usava, e abriu a porta. Abriu com facilidade, pra a degradação que aquele lugar estava. Karina se maravilhou ao ver o interior. Se ela não tivesse visto a casinha por fora, não acreditaria que era velha. O interior era todo em madeira nova, tinha uma poltrona, uma lareira pequena, uma cama média, uma prateleira com livros, e um tocador de disco. Era completamente aconchegante.


Cobra: Pros momentos que se quer sumir. - Ele olhou em volta - Não é grande coisa, porém, ninguém sabe da existência desse lugar, só nós dois. - Ele tirou a corrente - É sua.


Karina: Que? - Ela olhou a chave que ele lhe dava - Não, não precisa Cobra, sério. - Ela sorriu, atônita


Cobra: Você precisa mais que eu. É bom pra ter paz. - Ele pegou a mão dela e pôs a chave - Quando eu precisar, você me empresta. - Ele sorriu e piscou pra ela


Karina sorriu, olhando em volta. Aquele lugar era tudo o que precisava.

Karina: É perfeito. - Disse após algum tempo, caminhando pelo pequeno chalé. Cobra sorria pra ela. - Ah, obrigada! - Ela se atirou nele, abraçando-o com força

Abraçar Cobra era como abraçar uma estátua de pedra, mas Karina adorava assim. Cobra abraçou-a de volta e lhe beijou o cabelo, ainda sorrindo. Os dois ficaram no chalé por um bom tempo. Cobra tirou um bule, uma enorme jarra de leite e uma pedra média de chocolate de uma banqueta perto da lareira. Ele acendeu o fogo enquanto Karina partia o chocolate e colocava no leite. Depois, conversaram, riram. Aquele lugar era um sonho, fazia ela esquecer de tudo o que vivia.


Karina: Seu cavalo não gosta de mim. - Falou olhando o enorme cavalo preto, que não tava nem ai pra ela.


Cobra: Jake. - O cavalo olhou - Cumprimente a Ka. - O cavalo, como se entendesse, encostou em Karina, passando o focinho de leve por sua mão, ela riu.


Cobra colocou Karina no cavalo e montou atrás dela. Eles voltaram mais devagar do que na ida, conversando, observando o sol se por. Karina se sentia plena ali, nos braços dele.


Pedro: Cobra está próximo demais da Karina. - Disse olhando pela janela do segundo andar, vendo Cobra e Karina se aproximarem, galopando no cavalo


João: Eles são só amigos, é impressão sua. - Disse, distraído com os papéis.


Pedro: Eu não costumo me enganar. - Disse com a expressão dura, quando Karina gargalhou enquanto Cobra parava o cavalo na frente da mansão - Mas dessa vez, pela integridade dessa familia, é bom que eu esteja. - Ele virou o rosto com desgosto e saiu da janela.

O jantar daquele dia foi como todos os outros. Karina estava mais alegre, mas Bianca parecia ansiosa. Assim que todos seguiram pros seus quartos, Bianca chamou João.

Bianca: João. - João olhou pra ela, terminando de desabotoar o colete - Vem aqui comigo. - Ela bateu na cama do lado dela. João sorriu e foi.


João: O que você tem? - Ele perguntou, antes de beijar a mão dela - Passou o dia todo nervosa, alerta. Aconteceu alguma coisa?


Bianca: Ah, eu estou nervosa sim. - Ela se balançou na cama, João riu - Não ri, João. - Fez bico.


João: Tudo bem, não rio. - Ele selou os lábios com os dela, desfazendo o bico - Diga-me, quem mexeu contigo? - Ele alisou a mão dela, enlaçando os dedos.


Bianca: Eu não sei como falar. - Ela estava atônita quando trouxe a mão dele, colocando-a em cima do ventre - João, tem alguém aqui. - Ela apertou a mão dele em cima da barriga


João: Não tô entendendo, Bi.. - Ele alisou a barriga dela


Bianca: Um bebê, João Aqui dentro. - Ela sentiu João empedrar, encarando-a. - João? - Ele não se mexeu - Deus do céu, João, fala alguma coisa! - Ela alisou o rosto dele.


Naquela noite, metade de Seattle jurava ter ouvido o grito de João (VOCÊ TÁ GRÁVIDA?). TomTom, já adormecida, despertou. Cobra, que lia em seu quarto, ergueu o rosto olhando pra porta. Pedro e Karina, que estavam prestes a começar outra briga, pararam.


Bianca: É, eu tô. - Ela estava pálida feito papel - João, eu juro que não foi de propósito, mas eu... - Não terminou. João beijou ela com desespero, e ela tombou na cama. - Você gostou? - Ela sorriu, sentindo o alivio lhe invadir


João: Eu te amo. - Os olhos dele estavam cheios de agua - Ninguém no mundo amou alguém tanto quanto eu amo você. - Bianca sorriu, o alivio e a felicidade lhe sufocando, e sentiu ele lhe carregando.


Bianca: Espera, João ' - Mas ele já tinha carregado ela - João, o que você...

João: ACOOOOOOOOOOOOOOORDA TODO MUNDO! - Gritou passando pelo corredor, com Bianca jogada nos ombros. Ela ria e batia nas costas dele

Karina: Bianca? 


Cobra: João, o que houve? - Perguntou aparecendo na porta de seu quarto


João: EU VOU SER PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHAAAAAAAAAAI! - Ele se jogou abraçando Pedro, que cambaleou pra trás. Karina riu.


TomTom: O que eu perdi? - Perguntou, sonolenta. Cobra riu e carregou ela


Pedro: João, se controle. - Ele tentou se soltar do irmão. Bianca se segurava, quase caindo. Karina tinha certeza de que Pedro estava prendendo o riso.


João: Nós vamos sair pra comemorar! - João tinha um sorriso enorme no rosto, os olhos cheios d'agua, a testa soada. Ele jogou Bianca pra cima, colocando-a no lugar. Bianca gritou.


Bianca: João, pare com isso! - Ela bateu nas costas dele, mas ele virou o rosto e mordeu a coxa dela de leve, por cima do vestido, rindo - Não podemos sair, é muito tarde. - Ela disse, de cabeça pra baixo, se apoiando nas costas dele.


João: Pro diabo com o horário. - Disse rindo, saindo com ela no corredor. Todo mundo foi atrás

Pedro: Não tem mais lugar nenhum aberto. - Avisou, ainda com a expressão de quem queria rir.


João: Pois pagamos pra que abra. - Ele virou pra olhar Pedro. O cabelo de Bianca esvoaçou no ar, ela soltou um gritinho


Cobra: Fazemos um brinde hoje, e amanhã comemoramos adequadamente, satisfeito? - Disse, sorrindo pela felicidade do irmão.


João parecia uma criança que ganhara o brinquedo com que sonhara a vida inteira. Assentiu, feliz, e girou de novo. O cabelo de Bianca esvoaçou de novo, e ela bateu nele. Dessa vez nem Pedro conteve o riso. Todos desceram, e brindaram a chegada do herdeiro com vinho, TomTom com suco. Karina olhou pra Pedro. Ele parecia alegre, mas ela sabia que se um dia ela viesse a avisar que estaria grávida, ele não ficaria alegre, nem comemoraria, como João. Ela sacodiu o rosto, afastando os pensamentos, e foi pro lado de Cobra, que sorriu, abraçando ela pelo ombro. 



AnnaBeth e Samila

3 comentários:

  1. Continua ta muito boa sua fic vc ta ta parabéns 👏👏👏 ta oh 👍😍😍😍

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. JESUUUSSS
    CONTINUA ISSO HOJE PELO AMOR DE DEUS 😱😱😍😍

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