segunda-feira, 22 de junho de 2015

11


Karina acordou cedo na manhã seguinte. Se banhou e se vestiu enquanto Pedro ainda dormia. Só veio reparar o rosa escuro do vestido depois que o vestiu. Odiava rosa, mas não o trocaria, não depois de todo o trabalho. 


Rosa: Acordou cedo, senhora. - Disse ao ver Karina entrar na sala, enquanto ainda colocava a mesa - A mesa está quase pronta.


Karina: Está tudo bem, não estou com fome. - Ela torceu as mãos, olhando pela porta, ansiosa - Rosa, Cobra voltou durante a noite? 


Rosa: Não, senhora.


Karina: Ah, Deus. - Ela suspirou, jogando a cabeça pra trás. Nessa hora ouviram-se cavalos parando na frente da mansão. Karina disparou desembestada pra porta, ficando em choque ao olhar pra fora. - Meu Deus! - Ela pôs as mãos na boca. - Eu não acredito! - Ela deu dois passos pra frente –CARLOS EDUARDO! - Ela desceu a escadaria correndo e pulou nos braços do irmão, que sorria pra ela.


Ele abraçou a irmã, apertando-a entre os braços. Não via ela a 6 meses.


Duca: Laureline, que saudade de você. (Laureline era o como o Duca chamava Ka) - Ele beijou apertado a Buchecha da irmã.


Karina: Venha! - Ela sorriu abertamente, puxando o irmão pra dentro de casa. - Me espere aqui, vou buscar Bianca. - Sorriu radiante e disparou pra escada


Duca: Não caia. - Na mesma hora Karina tropeçou, segurando-se no corrimão da escada pra não cair. Ela resmungou alguma coisa e voltou a correr. Duca continuou de pé, ajeitando o terno, quando Pedro, já composto, entrou na sala - Bom dia. Desculpe ter vindo tão cedo, mas precisava ver a Karina. - Sorriu, desculpando-se.


Pedro: Bom dia. - Respondeu, calmo - Você é?


Duca: Carlos Eduardo, irmão dela. - Pedro estendeu a mão, e ele a apertou


Pedro: Sou Pedro, marido de Karina. - Ele viu o olhar de Duca endurecer - Agora, se não se importa em ficar só, eu tenho muito que fazer.


Duca: Não, sinta-se a vontade. - Pedro assentiu e saiu.


- No segundo andar


Karina: BIANCA DUARTE! - Ela batia com urgência na porta do quarto de Bianca e João.

João: Karina? 

Karina: Bom dia, João. Desculpe incomodar tão cedo. - Ela se dirigiu a Bianca - Bi, você não vai acreditar, mas o Duca está aqui! - Disse pulando nas pontas dos pés


Bianca: O QUÊ? - Karina assentiu, radiante - VAMOS! - Ela puxou a mão da irmã e ia disparando a fora


João: Bianca? 


Bianca: João, eu te amo, depois eu te explico. - Ela disse rapidamente, selando os lábios com os dele e saindo correndo com Karina em seu encalço. João riu.

Bianca: DUCA! - Ela se jogou nos braços do irmão, seguida por Karina. Duca cambaleou segurando as duas, rindo.

Karina e Bianca começaram a pular, histéricas. Duca ria das irmãs. Havia tempo que Karina não sentia essa felicidade, esse tipo de felicidade que a fazia arfar. GAel não avisou Duca do casamento de Karina, alegando que ele viera pro casamento de Bianca há muito pouco tempo, e que não deveria fazer viagens com tanta frequência, já que estava morando na Europa. Após passar o frisson da chegada, os três foram pra sala de estar, onde a conversa tomou um rumo menos alegre.


Duca: Porque não me avisou? Porque não mandou uma carta, eu não teria deixado. - Disse entredentes quando Karina lhe contou das circunstancias em que casara.


Karina: Papai avisou a todos os empregados pra que todas as cartas da casa passassem por ele antes de serem enviadas. Ele não queria que você viesse. - Ela disse, triste


Duca: Desse um jeito, demônios Karina, você não podia ter deixado isso acontecer. - Disse, irritado - Aliás, já conheci seu marido. - Karina ergueu os olhos, assustada.


Bianca: Papai a mataria, Duca, você o conhece. - Disse revirando os olhos


Karina: Conheceu Pedro? Quando? - Perguntou, ainda alarmada


Duca: Agora a pouco. Eu estava esperando você voltar com a Bianca.


Karina: Me diga a verdade, Duca, ele te tratou mal? - Perguntou, preocupada


Duca: Não, foi indiferente. - Karina suspirou, aliviada - Mas não gosto dele. Não gostei desde que o vi.


Karina: Eu tão pouco. - Sorriu, irônica


Bianca: Ka, não fale assim. Pedro é do jeito dele, mas aposto que gosta de você. Ou então não teria insistido tanto em casar. - Karina e Duca encararam ela, incrédulos - Só tô falando o que eu acho.


Duca: Como é o seu relacionamento com ele? - Perguntou, atencioso

Karina: Horrível. Não podíamos nos dar pior. Eu o odeio. - Tinha um fundo de verdade. Mas ódio não era o único sentimento que ela tinha por Pedro.

Bianca: Uma vez alguém disse que amor e ódio são duas faces de uma mesma moeda. - Disse, olhando as unhas.


Karina: Vou te descer a mão, Bianca Duarte. - Rosnou. Bianca riu.


Duca: Ele te maltrata? - Pressionou


Karina: Não posso mentir pra você. Nunca o fiz. - Ela suspirou, e puxou as mangas do vestido que usava. O dia estava frio, e por isso ninguém desconfiou. Mas quando ela ergueu as mangas, as enormes marcas, agora quase pretas, da violência de Pedro no dia anterior se mostraram - Isso responde a sua pergunta? - Perguntou, amargurada.


Duca parecia ter levado um tapa na cara. O sangue subiu ao seu rosto de modo perceptivo enquanto Karina colocava as mangas do vestido no lugar. Ele se ergueu com tudo, Karina arregalou os olhos.


Duca: Bianca, me diga onde ele está. - Ordenou, furioso


Bianca: E ser culpada por um assassinato? Não, obrigada. - Disse, alerta


Duca: Eu acho então. - Disparou pela sala, mas Karina foi mais rápida, correu e fechou a porta, se pondo na frente da fechadura - Saia da frente, Ka. - Era mais uma ordem que um pedido.


Karina: Duca, por Deus, não! - Duca não parecia ouvir - Bianca, ajuda! - Bianca se pôs entre os irmãos, socando Duca, tentando fazer ele recuar - Duca, não pode ser assim, eu sou a prova viva de que brigar com Pedro não ajuda em nada. Porfavor, não piore a minha situação. – Implorou

Duca parou de empurrar Bianca, e encarou Karina, arfante de ódio. Um tempo depois acenou raivoso com a cabeça e voltou ao seu lugar. Karina suspirou aliviada e todos voltaram a seus lugares.

Duca: Ka venha embora comigo. - Karina sentiu o coração pular desconfortavelmente - Eu vou voltar pra Europa em breve, fuja agora, você sabe que é capaz. Venha comigo. - Insistiu - Eu vou tirar você daqui. É só você vir comigo. - Pressionou, e Karina não sabia o que fazer. Estava confusa.

Bianca: Enlouqueceu, Carlos Eduardo? - Duca revirou os olhos

Karina: Eu não posso. - Ela disse automaticamente. Tinha certeza de não poder ir, e queria se matar por isso.


Duca: Porque não? - Perguntou, observando a irmã.


Karina: Cobra. - Respondeu, sentindo com o peito apertava de saudade ao ouvir o nome dele.



Duca não sabia sobre Cobra. Bianca tampouco. Karina explicou superficialmente, dizendo que Cobra lhe acolhera, e que era seu amigo. Não citou o chalé oculto nos confins da fazenda, nem do sentimento que nascia entre eles dois.

Karina: Duca, não! Eu não posso ir enquanto ele não voltar. - Ela se levantou, andando pela sala - Eu preciso dele. - Admitiu, se surpreendendo com a veracidade das palavras


Duca: Quando ele voltar, então. Eu posso esperar. - Disse olhando a irmã, suspeitando.


Karina estava considerando a ideia. Se fugisse da mansão se perderia definitivamente de TomTom, e de Cobra. Pra nunca mais. Seu coração protestava só de pensar nisso. Em não ver o sorriso dele novamente. Por outro lado, ela estaria livre de Pedro. Mas será que era isso que ela queria? "Você e Cobra são iguais. Duas crianças sempre reclamando de como a vida é injusta com vocês." - Karina inclinou a cabeça pra trás, suspirando fundo.


Karina: Ninguém pode fugir de Pedro, não se ele quer essa pessoa por perto. Ele vai me encontrar. Será pior. - Ela disse com a voz dura, se virando pros irmãos de novo. O rosto de Karina parecia ter empalidecido, como se a vida abandonasse a pele. Por um segundo, sua pele era semelhante a de Pedro. Mas logo a cor retornou. - Eu preciso ficar, Duca, me perdoe. Precisam de mim aqui. Cobra logo voltará, e as coisas melhorarão. Pedro é meu marido, é minha obrigação estar ao lado dele. - Se condenou, dura consigo mesma.

Duca: Porém, você sabe que sempre contará comigo. Uma carta, um bilhete, e eu estarei aqui. - Karina sorriu - Você pode mudar de ideia sempre que quiser. O que você acha, Bianca? - Perguntou a morena, que parecia que ia ter um colapso.

Bianca: O que eu acho? Sabe o que eu acho? - Ela ia avançando pro irmão. Duca se encolheu, fingindo medo. - Eu acho que eu estou grávida - Karina riu - E vocês vão me enlouquecer! 


Duca: Grávida? - Bianca assentiu, radiante. Esse filho era tudo o que ela podia pedir.


A partir dali o resto da manhã foi feliz. Duca falou sobre Naty, sua esposa. Bianca falou sobre o casamento com João, e de sua felicidade por estar grávida. Karina... Karina falou de Cobra, e de como ele lhe tranquilizava. Antes do almoço Duca foi embora. O dia passou normalmente. Com a saída de Duca, a angustia pela falta de Cobra retornou. Foi assim que Karina estava a noite, quando terminou de se arrumar pro jantar. 


Pedro: Petit, - Karina o encarou. Amava quando ele lhe chamava assim - Venha aqui. - Ela se sentou ao lado dele na beirada da cama - Isto é pra você. - Ele passou uma caixinha de veludo pra ela.


Quando Karina abriu, ficou estuperfada. Era uma pulseira, uma pulseira que media dois dedos. Diamantes. Toda ela, cavada de diamantes. Por mil diabos, Pedro não quase espancou ela na noite anterior?

Karina: P-porque? - Perguntou quando recuperou a voz, tocando a pulseira levemente.


Pedro: Lhe disse no dia do nosso casamento. Quando for inteligente, será tratada como uma rainha. Caso contrário, receberá problemas. - Ele explicou, calmamente


Karina: Eu não entendo. - Ela negou enquanto olhava o verde dos olhos do marido. - Fui inteligente?


Pedro: Foi. - Ele pegou a caixinha da mão dela - Não se pode fugir de mim. Nunca. - Karina congelou, e ele sorriu, frio. - Seu irmão tem ideias muito libertinas para uma mulher casada. - Comentou enquanto observava a joia

Karina: Duca. - Sussurrou pra si mesma - Pedro, ele não fez por mal, ele só é espontâneo, é o jeito dele, eu não... - Pedro a interrompeu, pondo dois dedos em seu lábios. Karina estava desesperada. Tinha medo por Duca.

Pedro: Shiii...calma, ma petit. Eu não fiz nem vou fazer nada. Seu irmão poderá vir te visitar sempre que quiser. Nada vai mudar. - Ele disse, sorrindo enquanto soltava a pulseira da caixinha


Karina: Sério? - Contestou, ainda sem acreditar.


Pedro: Sério. Minha esposa é uma mulher inteligente. Não se deixa levar por ideias alheias. - Ele pegou o pulso dela - Agradeça por isso, petit. Caso contrário seu irmão estaria em maus lençóis agora. - Ele colocou a pulseira nela, fechando-a com rapidez - Não pense em fugir de mim, Karina. Não considere essa ideia. Será pior pra todos. - Ele avisou, erguendo os olhos pra encara-la - Te espero lá em baixo. - Ele deu um leve beijo na mão dela e saiu, deixando uma Karina estupefata.



Musica da Cena: My All - Mariah Carey



AnnaBeth e Samila

2 comentários:

  1. Amore continua ta muito bom prefeito parabéns, tenho muita pena da karina, mais não separa ela do pe não ta

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  2. Continua ta muito boa msm parabéns *-* ai do eu fiquei da K mano ela não merecia issobq raiva do Pedro ele ta sendo muito troxa noss eu to com uma vontade de soca ele q vc não tem noção ARG ta parei .....
    Tomará q eles se entendam e q o Pê começe a amar a K do jeito q ela merece <3
    Bjss :*

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