sexta-feira, 3 de julho de 2015

14


Quando Pedro voltou ao banheiro, depois de deixar o terno e o colete em cima da cama, Karina estava brincando com a espuma. Ela pegou uma mão de espuma com a mão boa, e assoprou, fazendo voarem bolinhas de sabão. Ele sorriu e se aproximou.

Pedro: Está melhor? - Perguntou, sentando-se perto dela de novo

Karina: Um pouco. Não está doendo tanto. - Ela analisou, fechando a mão lentamente

Pedro: Eu cheguei a pensar que ia precisar chamar um médico, pra suturar. - Disse enquanto pegava a mão dela entre as suas, acariciando as costas da mão dela.

Pode ser difícil sermos amantes
Mas é mais difícil sermos amigos;
Querida, levante os lençóis!
Está na hora de me deixar entrar ♫


Pedro estava preocupado com ela. Sim, ele estava. O Pedro que ela amava estava ali, ao seu lado. Ela podia gritar de felicidade, se quisesse. Era tão bom vê-lo livre. Ficou observando-o enquanto ele acariciava sua mão. Uma vontade descontrolada de beija-lo tomou conta dela, mas ela se fincou na banheira. Não podia ser assim.

Pedro: O que foi? - Perguntou ao ver a expressão relutante no rosto dela

Karina: Hum? Nada, nada. - Ela sorriu, nada convincente. Ele continuou observando-a. Ela se amaldiçoou dos pés a cabeça ao sentir o sangue subindo pro rosto.

Pedro: Então porque "nada" está te fazendo corar? - Perguntou, tocando a maçã do rosto dela com os polegares - Me diz o que você quer. - Ele pediu, observando-a.

Talvez acender algumas velas;
Eu apenas irei trancar a porta;
Se você ao menos conversasse comigo
Até deixarmos de ser estranhos ♫


Karina ficou observando o marido, seu milagre pessoal, parado ali. Sua vida seria tão perfeita, tão fácil, se fosse assim todo o tempo. Ela, involuntariamente, humedeceu os lábios com a língua. Pedro sorriu ao perceber o que era. Ele pousou a mão dela em seu colo, e colocou a mão no pescoço dela, enquanto se segurava com a outra na borda da banheira. A inicio ele deixou os lábios levemente pressionados contra os dela, dando-a a ânsia por mais. Ele entreabriu os olhos um nadinha, e viu a sobrancelha dela levemente contraída de ansiedade. Karina estava torturada. Não sabia quanto tempo isso ia durar, e queria desfrutar daquilo o máximo que pudesse. Mas Pedro não se movia. Sabendo plenamente que ia ter um acesso de vergonha depois, ela arriscou. Pôs a mão boa na maxilar dele, e timidamente, fez a ponta de sua lingua tocar os lábios dele. Pedro sorriu ao sentir isso. Desistindo de provoca-la, ele, após passar a mão possessivamente por seu rosto, invadiu a boca dela. Karina ofegou, feliz com isso. O tempo passava, e os dois ainda estavam ali, um devorando os lábios do outro. Quando a necessidade por ar gritou dentro dos dois, ele, com dois selinhos, se separou dela.

Coloque a cabeça em meu travesseiro,
Eu sentarei ao seu lado na cama;
Você não acha que está na hora
De dizermos algumas coisas que não foram ditas? ♫


Pedro: Era isso? - Perguntou, divertido, observando a boca dela ganhar uma tonalidade rosa forte. Karina se afundou na agua, encobrindo o rosto, rubra de vergonha. Ele riu. - Oi? - Chamou, acariciando os cabelos dela, que ficaram do lado de fora d'agua

Karina: Pare com isso. - Reclamou, voltando a superfície.

Nunca é tarde para voltar àquele lugar,
De volta pelo caminho que nós estávamos;
Por que você não olha para mim
Até deixarmos de ser estranhos? ♫

Pedro observou Karina por um bom tempo. Ela não se incomodava com isso. O olhar desse Pedro era um elogio, enquanto o do outro era sempre uma ofensa, uma acusação. Ela o encarava, os olhos castanhos. Depois de alguns minutos olhando-a, ele avançou pra ela de novo. Dessa vez a mão dele a ergueu pelas costas. Ela o abraçou, uma mão pelo pescoço e a outra na cintura, arrepiando-se ao sentir seu corpo molhado contra a roupa seca e quente dele. Pedro devorava os lábios dela sedentamente. Bruto, como sempre. Do jeito que ela amava. Ele sorriu de canto ao sentir ela morder seu lábio inferior, puxando-o um pouco, sem machucar. Entre beijos, Karina, perdendo de vez o resto de compostura que tinha, o puxou pra si, fazendo-o escorregar pra dentro da banheira. Ele riu contra a boca dela enquanto empurrava os sapatos com os pés, depois deixando o corpo afundar, de roupa e tudo, indo de encontro ao dela.

Às vezes é difícil de me amar,
Às vezes é difícil de te amar também,
Eu sei que é difícil de acreditar
Que o amor pode nos salvar ♫


Entre beijos, apertos, caricias e afiliados, os dois se entendiam. A certo ponto, Pedro sentiu Karina puxando-lhe pela gola da camisa. Era a primeira vez que ela tomava a iniciativa, ele lembrou, enquanto sentia as mãos dela desabotoarem sua camisa. Era totalmente diferente pra Karina agora. Ela não tinha medo. Ela queria ser dele, e era só. Ao sentir ela terminar de abrir a camisa, Pedro desceu com os beijos pro colo dela, sentindo ela acariciar seu peito, livrando-o da camisa. Logo aquele bolo de tecido branco encharcado foi jogado ao lado da banheira. A luminosidade no banheiro era da enorme janela do quarto. Tempos depois, a roupa que sobrava em Pedro era um bolo coberto de espuma, menos as meias, que se perderam na banheira, arrancando risos dos dois. A boca de Karina, pescoço, colo e seios agora tinham marcas vermelhas, por onde a boca sedenta de Pedro passou. Ele estava sentado de costas pra banheira, encostado na beira, e ela sentada em sua coxa. As mãos dele, uma estava na cintura, e a outra no pescoço dela, puxando-a pra si enquanto seus lábios devoravam os dela. Karina não lembrava mais quem era nesse estagio. Ela só sabia que seu corpo inflamava, pedindo por ele. O único problema era que ela não sabia o que fazer. Nunca tinha nem pensado em guiar a situação, muito menos em como seria faze-lo. Porém, não foi preciso muito. Devido a excitação dos dois, seus corpos pareciam lutar pra se unir, instintivamente.

Seria tão mais fácil viver sem problemas
Então apenas me abrace, querida
Até deixarmos de ser estranhos ♫

Pedro: Abra os olhos. - Pediu, segurando-a pela cintura, evitando invadi-la. Karina queria obedecer, mas suas pálpebras estavam pesadas demais, tal como sua sofrida respiração - Ka, olhe pra mim. Eu quero que me veja. - Ele pediu de novo, acariciando o rosto dela com a mão livre. Karina, com muito esforço, abriu os olhos. Sua visão estava embaçada, mas ela viu claramente o verde dos olhos dele, ardendo, encarando-a. - Assim... - Murmurou, enquanto soltava a cintura dele devagar.

É difícil encontrar o perdão
Quando apagamos as luzes;
É difícil dizer o quanto se está arrependido
Quando não diferenciamos o certo do errado ♫


Karina tentou manter os olhos abertos enquanto sentia ele escorregar carinhosamente pra dentro de si. Mas em certo ponto se tornou impossível. Seus olhos piscavam pesadamente, e com um gemido derrotado ela abaixou a cabeça, deixando-a pousar na curva do pescoço dele.

Seria tão mais fácil passar a vida inteira apenas acertando;
Então vamos resolver isso,
Não há razão para mentirmos ♫


Pedro: Se segure em mim. - Ele orientou ela, rouco, pondo as mãos dela em seu ombro - Desse jeito. - Ele começou a movimentar-se, guiando-a.

Karina não demorou muito a aprender. Seu corpo só faltava gritar o que queria, e isso parecia o certo. Era diferente dessa vez. Em minutos depois os dois se amavam com ganância, com paixão. Karina tinha a boca entreaberta, os olhos cerrados, perdida pelo que sentia. Suas unhas estavam cravadas nos braços dele, mas ele não parecia se importar. Tinha o rosto descansado no ombro dela, soava um pouquinho. As vezes beijava ela. Em um ponto, o olhar de Karina se cruzou com o dele. Os dois sorriram. Tempos depois o banheiro foi invadido com gemido alto de Karina, misturado com o de Pedro. Ela desabou sobre o peito dele, ofegante, satisfeita, com um sorriso de canto no rosto. Ele acolheu ela com os braços, ainda de olhos fechados, com a respiração sofrega.

Me diga quem você vê quando você olha em meus olhos;
Vamos unir os nosso corações novamente,
E deixaremos os pedaços quebrados no chão ♫


Pedro: Sua mão. - Ele disse após vários minutos de silêncio, ao ver a mão dela descoberta. O lenço havia soltado, e agora o corte sangrava fracamente.

Karina: Eu não vi. - Ela disse, olhando a mão - Mas está tudo bem. Entre mortos e feridos... - Interrompida

Pedro: Salvaram-se todos. - Ele revirou os olhos e ela riu, divertida. - Vamos sair daqui, está ficando frio. - Ele disse depois de dar um beijo na testa dela, alcançando uma toalha

Faça amor comigo, baby
Até deixarmos de ser estranhos.
Nós não somos mais estranhos ♫


P&K sairam da banheira calmamente. Pedro deu uma camisola leve, de linho, cumprida pra Karina vestir, enquanto secava o cabelo. Ela estava sonolenta, cansada, e franziu o cenho. Ainda teria o jantar, ela tinha que se arrumar, mesmo que seu corpo gritasse por sono. Ele insistiu pra que ela colocasse a camisola. Ela obedeceu. Depois, soltou os cabelos e penteou-os. Sentou-se na beira da cama esperando o marido terminar de se aprontar.

Karina: Eu ainda preciso jantar. - Disse, os olhos quase fechando de sono.

Pedro: Eu mando trazerem o seu jantar aqui. Vou dizer que você está indisposta. - Ele sorriu de canto enquanto enrolava a mão ferida dela com uma atadura.

Ao terminar, Karina foi pra debaixo dos lençóis. Ele ajeitou o cobertor dela, que sorriu.

Pedro: Durma bem. - Disse antes de beijar-lhe a testa. Logo depois saiu. Karina apagou em seguida, estava exausta. Talvez tudo isso fosse um sonho, e logo ela acordaria, pensou enquanto apagava.

Pedro só voltou pro quarto de madrugada. A chuva parecia tentar derrubar a mansão. Ele fechou a porta do quarto silenciosamente, e se virou pra Karina. Ela dormia tranquilamente, algumas mechas de seu cabelo espalhadas pelo rosto, a mão levemente apoiada próxima ao queixo. Ele se aproximou da cama, sua maxilar estava travada, contraída, como se ele estivesse sentindo uma dor muito forte, quase insuportável. Observou ela por uns minutos, depois, balançando a cabeça negativamente, se afastou.



Karina acordou na manhã seguinte, sem querer acordar. Não tinha esperanças. Tudo voltaria a ser como era antes. Ela abriu os olhos, dando de cara com o dorsal da cama. Ao olhar pro lado, Pedro ainda estava lá, se arrumando, com os cabelos levemente molhados.

Karina: Bom dia. - Ela disse, meio rouca, fazendo um ultimo teste.

Pedro: Bom dia. - Respondeu, indiferente, enquanto fechava o colete.

Karina suspirou, derrotada. Se levantou e passou por ele em silêncio, entrando no banheiro e fechando a porta. Parou na frente do enorme espelho que havia ali. Seu rosto parecia mais vivo, as maçãs mais avermelhadas, porém o azul de seus olhos estava quase morto. Ela passou a mão no rosto, e foi tomar um banho frio, pra despertar os animos. Quando saiu, ele não estava mais lá.

Bianca: Selly? - Bateu na porta levemente

Karina: Entra, Demi. - Ela disse, entrando em seu vestido. Bianca entrou no quarto e fechou a porta.

Bianca: Agora, me conta t-u-d-o. - Disse, ansiosa - Porque você não foi jantar ontem? Não me confirma aquela história do mal-estar, porque eu sei que você passou a tarde toda trancada aqui dentro com ele. - Karina revirou os olhos - Deixa que eu amarro. - Se ofereceu, indo pra trás da irmã

Karina se apoiou na penteadeira, enquanto Bianca começava puxar os cordões do vestido.

Karina: Aconteceu o que você está achando que aconteceu. - Respondeu simplesmente, puxando o decote do vestido pra cobrir uma marca de Pedro que não sumiu.

Bianca: JURA? - Karina repreendeu o grito dela com o olhar - Desculpa. - Ela balançou a cabeça, se acalmando. Selly riu disso. Bianca era tão espevitada, que chegava a ser engraçado - Onde? - Ela perguntou, animada, enquanto puxava outro cordão com força

Karina: Lá. - Ela apontou pro banheiro - Na banheira. - Observou, enquanto olhava

Bianca: Banheira? - Perguntou, com um sorriso nascendo na boca - Eu nunca tentei a banheira. - Lembrou. Karina riu. - E depois?

Karina: Depois ele foi jantar, e eu despenquei de sono. Hoje de manhã voltou tudo a ser como era antes, no quartel de Abrantes. - Ela viu o sorriso de Bianca desmoronar


Bianca: E você não tá irritada, como sempre? Aborrecida? - Perguntou, laçando o corpete

Karina: Não. - Bianca a olhou pelo espelho, confusa - Quando você consegue uma coisa com que sonhou por muito tempo, é irracional lamentar porque durou pouco. - Disse, com o olhar baixo - Se é pra ser assim, vai ser assim. Cansei de brigar, de discutir. É desgastante.

Bianca: Torço pra que dê certo com ele, Selly. No fundo ele gosta de você. - Karina sorriu de lado - Mas vem cá, voltando a história da banheira, - Interrompida

Karina: Pode parar, Bianca Lovato - Se virou, rindo - Qual o seu problema? - Perguntou enquanto Bianca avançava, saltitante, pro banheiro.

Pedro ouvira toda a conversa. Ele ia entrar no quarto, mas parou pra ouvir quando ouviu seu nome. Agora tinha um sorriso distante no rosto, o olhar pensativo. Ele se afastou balançando a cabeça negativamente e rindo baixo quando Bianca começou o interrogatório contra os prós e os contras da banheira, e Karina gritou, mandando-a calar a boca. 


Comentem Gattonas.

Creditos: Samilla Dias

4 comentários:

  1. Continua ta muito bom prefeito parabéns.
    Pedro Pedro😏😏😏

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  2. Continua ta muito bom prefeito parabéns.
    Pedro Pedro😏😏😏

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  3. eu estou apaixonada por sua fic se s
    eu não falei isso ainda tá aí eu estou amo do a sua fic q isso fique claro *-*
    eu tenho duas músicas pra recomentar q eu ouvi quando eu tava lendo a sua fic e achei PERFEITO *-*
    Sozinho do Caetano Veloso I'M Not The Only One do Sam Smith Ta ai eu achei foda com essas duas music Bjuss e continua ;*

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